quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Presidente da Altri preocupado com descoordenação no combate aos fogos

Lusa29 Out, 2013, 15:36

O presidente da Altri, Paulo Fernandes, mostrou-se hoje preocupado com
a diminuição da área florestal do país e alertou para o problema dos
incêndios, apelando ao Governo para refletir sobre o que aconteceu
este ano.

Paulo Fernandes disse que a área ardida em 2013 só foi comparável ao
que aconteceu em 2003 e 2005 quando havia "grande descoordenação".

"Só este ano é que voltou a haver uma área ardida significativa. Isso
preocupa-nos muito", sublinhou o presidente da Altri, durante a
apresentação de um novo projeto na fábrica de Celulose do Caima.

"O nosso petróleo verde devia ser mais acarinhado. Sei que houve uma
alteração no dispositivo do combate aos incêndios e as pessoas que têm
responsabilidades nesta área deviam refletir" sobre o que aconteceu
este ano e tirar daí conclusões, defendeu.

O responsável da Altri considerou que a dimensão dos incêndios não se
deveu à poupança de recursos.

"Acho que até se gastou mais. O que houve foi alteração na maneira
como os meios são coordenados e o Governo vai ter de ponderar",
argumentou Paulo Fernandes.

O responsável do grupo papeleiro salientou também que a política
florestal não tem correspondido ao que se esperava, destacando a
diminuição da área florestal nos últimos anos.

"Esta indústria sem uma base florestal forte não poderá crescer",
criticou, manifestando a esperança de que o próximo Quadro de
Referência Estratégica Nacional (QREN) contemple apoios para a
florestação do país.

Paulo Fernandes afirmou, no entanto, que a Altri vai continuar a
privilegiar o investimento em Portugal, descartando para já a
possibilidade de avançar para a internacionalização em África e no
Brasil.

"Enquanto pudermos crescer em Portugal, vamos estar comprometidos com
Portugal", vincou o responsável, salientando que "o eucalipto está
atualmente com um preço muito competitivo" e que nenhuma outra espécie
oferece tanta rentabilidade.

No entanto, assinalou que há também "espaço para todas as espécies
crescerem", notando que no, caso do pinho, há falta de matéria-prima.

No caso da Altri, a falta de matéria prima nacional obriga a importar
cerca de 10% das necessidades de produção, acarretando também um
aumento dos custos devido à logística e aos transportes, salientou o
responsável.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=691713&tm=6&layout=121&visual=49

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