sábado, 2 de novembro de 2013

Culturas Transgénicas são seguras: Mega-estudo científico publicado com base em 1783 referências

Uma equipa de investigadores publicou uma meta-análise que examina
1783 estudos científicos sobre a biossegurança de plantas transgénicas
para a saúde humana e animal e para o ambiente, concluindo que não se
detectam riscos acrescidos relacionados com a sua utilização.

Nicolia A, Manzo A, Veronesi F, Rosellini D. (2013) Review Article: An
overview of the last 10 years
of genetically engineered crop safety research. Critical Reviews in
Biotechnology.
http://informahealthcare.com/doi/abs/10.3109/07388551.2013.823595

A meta-análise publicada na revista científica "Critical Reviews in
Biotechnology" refere estudos realizados nos últimos 10 anos e não
detectou riscos específicos na utilização de culturas geneticamente
modificadas (conhecidas por transgénicas) quando comparadas com
culturas melhoradas por outras metodologias. O estudo realça também a
importância da comunicação de ciência para contribuir para uma
sociedade mais informada sobre a importância dos transgénicos para o
mundo.

Os autores afirmam que é falso o argumento de que não há estudos
suficientes sobre a segurança das culturas transgénicas, uma vez que
70% dos estudos realizados são exactamente sobre biossegurança.
Afirmam ainda que o consumo de alimentos transgénicos é seguro para
pessoas e animais.

A segurança das culturas transgénicas é crucial para a sua adopção e
tem sido objecto de investigação científica que é completamente
ignorada pelo público. Os autores conferiram a literatura científica
publicada nos últimos 10 anos, construíram uma lista de artigos
científicos e analisaram o conteúdo dessas publicações. Seleccionaram
os artigos científicos originais, as revisões científicas, as opiniões
relevantes e os relatórios, tendo concluído que o consenso científico
tem crescido desde que as culturas geneticamente modificadas foram
pela primeira vez utilizadas nos campos dos agricultores.

A colecção dos dados científicos recolhidos estão disponíveis para
investigadores, comunicadores e a professores de todos os níveis de
ensino com o objectivo de ajudar a criar na sociedade uma percepção
pública equilibrada e públicos bem informados sobre este tema.

Porquê esta meta-análise? No mundo científico as evidências da
qualidade são reveladas pelos trabalhos de meta-análise, nos quais se
podem contrastar e combinar os resultados de um amplo conjunto de
estudos produzidos com revisão pelos seus pares científicos.

Os prejuízos do discurso anti-transgénico

Apesar do debate científico entre defensores e opositores do cultivo
de plantas transgénicas ser importante e positivo, a opinião da
comunidade científica tem vindo a ser distorcida pelos meios de
comunicação social e pelas campanhas anti-transgénicos. Estas
distorções têm sido utilizadas de forma inaceitável pelos decisores
políticos para condicionar o uso das culturas transgénicas.

O discurso anti-transgénico não é geralmente suportado por evidências
científicas. Esta falta de suporte científico cria um vazio que
permite a divulgação permanente de informações incorrectas, a
persuasão emotiva eticamente inaceitável e ainda as constantes
acusações de corrupção corporativa. Este tipo de discurso mostra o
desconhecimento de que a maior parte da investigação de plantas
transgénicas se faz em organismos públicos, havendo exemplos muito
claros de investigação, como a realizada na Embrapa (Brasil) que
libertará no próximo ano variedades transgénicas de feijão resistentes
a vírus; no Instituto Internacional de Investigação do Arroz - IRRI
(Filipinas) que investiga o Arroz Dourado - tão necessário para salvar
milhões de vidas humanas ameaçadas por falta de pró-vitamina A; em
Cuba que, desde de 2010, desenvolve e cultiva plantas transgénicas
para evitar a importação de sementes do exterior; ou no Consejo
Superior de Investigaciones Científicas - CSIC (Espanha) que
desenvolveu trigo com teor reduzido de gluten para celíacos, mas que
terá de ir para os Estados Unidos da América para cultivá-lo, porque
no Espaço da União Europeia não consegue autorização para o fazer.

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/10/31g.htm

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