terça-feira, 29 de outubro de 2013

Produção de arroz no Mondego foi irregular por causa das condições climatéricas

Lusa28 Out, 2013, 09:38

A produção de arroz na zona do Baixo Mondego não foi regular este
devido às condições climatéricas, com muita chuva na altura da
sementeira e um verão muito quente, dizem fontes ligadas àquela
atividade.

A própria campanha começou mais tarde e a colheita ainda não terminou,
estando o vale central do rio praticamente concluído, faltando ainda
cerca de 1/4 da área total, centrada, nomeadamente, nos vales
secundários.

"No mês de abril choveu muito e a cultura não arrancou bem. E a
colheita, este ano, está um bocado mais atrasada do que o costume, por
causa da situação climatérica anormal, com um verão bastante quente",
disse à agência Lusa Francisco Dias, técnico da Cooperativa Agrícola
de Montemor-o-Velho e que habitualmente acompanha, no terreno, as
questões relacionadas com a produção de arroz.

Em termos de resultados, "há coisas boas e outras menos boas, não é
regular", frisou, acrescentando que existiram também "algumas
dificuldades" no controle dos infestantes [ervas daninhas] ao longo do
período de cultura do arroz.

"Houve campos bem limpos, mas outros nem tanto", declarou.

As chuvas de setembro levaram a que o arroz "fosse mais difícil de
colher" e se mostrasse mais húmido, o que tem "custos acrescidos na
secagem", indicou Francisco Dias.

Embora o preço do arroz [a venda que os produtores fazem à indústria e
cooperativas agrícolas] só seja formado, habitualmente, no início de
dezembro, atento às evoluções das bolsas italianas (na variante
carolina, predominante no Mondego) e espanholas (agulha), Francisco
Dias estima que ele possa ser inferior ao praticado no ano passado.

Opinião idêntica tem António Lima, dirigente da Associação de
Beneficiários da Obra de Fomento Hidroagrícola do Baixo Mondego.

"É um ano em que há de tudo, colheitas boas e más. Os preços ainda
ninguém sabe quais serão, mas serão provavelmente inferiores", frisou.

António Lima indicou, no entanto, que, há cerca de 15 dias, o preço em
bolsas italianas atingiu os 310 euros a tonelada, sensivelmente
idêntico ao do ano passado.

"Itália abriu muito a medo, há bolsas mais abaixo que 310 e algumas
nem abriram ainda", contrapõe Francisco Dias, reafirmando que os
preços ainda não estão definidos.

Neste período, há produtores que entregam, desde já, o arroz colhido à
indústria, mesmo sem preço definido, uma situação que decorre da falta
de locais de armazenagem de alguns.

Outros, que também produzem milho - outra cultura do Baixo Mondego -
"preferem guardar o milho" e entregar o arroz, "porque o preço do
milho está em baixa e poderá subir no final do ano", explicou
Francisco Dias.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=691342&tm=6&layout=121&visual=49

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