quinta-feira, 12 de junho de 2014

Decodificação de ADN do eucalipto revela segredos de uma superárvore


Cientistas anunciaram ter decodificado o genoma do eucalipto, revelando os segredos de seu rápido crescimento e adaptabilidade, que poderiam, um dia, incentivar o plantio de florestas para produção de biomassa e madeira.
O eucalipto é nativo da Austrália, mas tornou-se a árvore de madeira dura mais cultivada no mundo. Além disso, é uma importante fonte para a produção de papel, madeira e óleos essenciais, sendo plantado em mais de 100 países em seis continentes.
A árvore também é considerada uma importante fonte potencial de biocombustíveis.
Agora, uma equipa internacional de cientistas decodificou o ADN de uma das espécies de eucalipto mais dispersas, a «Eucalyptus grandis».
«Interessamo-nos especialmente em entender a sua habilidade de produzir madeira com alto teor de celulose, que é o que o torna cobiçado pela sua polpa e produção de papel», explicou o co-autor do estudo, Alexander Myburg, do Departamento de Genética da Universidade de Pretória, na África do Sul.
«Conseguimos identificar quase todos os genes envolvidos em transformar açúcar em celulose na árvore e também o outro componente principal da madeira, que é a lignina», afirmou num podcast publicado na revista Nature, que publicou o estudo.
«É importante compreender estes processos porque são os componentes principais que serão usados em termos de biocombustíveis e outros biomateriais que são extraídos da biomassa arbórea, das árvores», acrescentou.
Os cientistas descobriram que o genoma do «Eucalyptus grandis» contém mais de 36.000 genes, «um genoma de uma planta de tamanho mediano».
Ele também contém o maior número de duplicações de sequências - duas sequências idênticas, uma seguindo a outra, num segmento de cromossomo - que qualquer outro genoma de planta já decodificado.
Myburg disse que as descobertas podem ser valiosas para a compreensão de como impulsionar o conteúdo de celulose nas árvores, mas também como extrai-la mais facilmente.
A celulose, basicamente uma longa cadeia de moléculas de glicose, pode ser quebrada em açúcar e fermentada para produzir biocombustíveis, por exemplo.
«A perspectiva de acelerar os ciclos de cultivo para produtividade e qualidade da madeira é impulsionada pelo genoma do eucalipto», escreveram os autores.

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