domingo, 8 de junho de 2014

Novo regime de bens em circulação aumentou obrigações administrativas


por Ana Rita Costa
5 de Junho - 2014

O regime de bens em circulação entrou em vigor a 1 de julho de 2013 e um ano depois a APOL diz que "já é possível apontar algumas das consequências desta implementação, sentidas diretamente pelos operadores logísticos". De acordo com um inquérito realizado pela associação, mais de 90% dos inquiridos considera que o novo regime de bens em circulação teve um forte impacto na atividade da empresa e 60% considera que o aumento da burocracia foi o fator mais impactante para a empresa. 

 
"A carga administrativa imposta às empresas demonstra um total desconhecimento da velocidade atual das cadeias de abastecimento modernas", refere a presidente da Direção da APOL, Carla Fernandes.

67% dos associados considera que o investimento financeiro para adaptação ou criação de sistemas informáticos de emissão/comunicação de Documentos de Transporte (DT), uma nova obrigação do regime de bens em circulação, foi o que teve mais impacto financeiro nas empresas, desde a entrada em vigor do regime.

 Os associados da APOL defendem ainda que "os custos associados à implementação ou atualização de sistemas informáticos, a par dos custos de contexto", vão-se refletir no tempo, o que "não é admissível numa altura em que as empresas tentam ser eficientes e competitivas, num clima económico muito competitivo."

 Por outro lado, dois terços dos operadores logísticos consideram que o combustível é um dos custos que mais incide diretamente sobre a atividade, assim como os custos de trabalho (salários e custos associados). 77% dos inquiridos apontou a reformulação de fluxos e procedimentos de movimentação e armazenagem de carga/bens, como indutor de impacto financeiro na empresa, assim como 33% dos associados da APOL, que responderam ter sentido impacto na empresa com os custos despendidos em formação de colaboradores para cumprimento das novas obrigações legais (horas/custo).

A Presidente da Direção da APOL considera que "as medidas previstas vêm adicionar burocracia aos sistemas logísticos, sendo mais um obstáculo à competitividade das empresas e, por isso, um retrocesso e uma barreira à sua atividade, com consequências graves para os consumidores portugueses, sem que seja visível um benefício geral que o compense ao nível da sociedade". 

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