A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defendeu ontem em Lisboa uma distribuição "mais justa" dos apoios da Política Agrícola Comum (PAC) e do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) para ajudar os pequenos e médios agricultores.
Os apoios da PAC e do PDR (2014-2020) "continuam concentrados nos grandes proprietários e no grande agronegócio", criticou João Dinis, dirigente da CNA, considerando que "há a necessidade de equilibrar os apoios e dar prioridade às pequenas e médias" explorações agrícolas.
"Os grandes proprietários recebem muitíssimo e sem obrigatoriedade de produzirem, apenas têm que manter as terras agricultáveis", observou João Dinis, à saída de uma reunião com a ministra da Agricultura e Pescas, Assunção Cristas.
Segundo o dirigente da CNA, "95% do total do dinheiro disponível fica na mão de 5% dos produtores", referindo que os apoios da PAC e do PDR deveriam dirigir-se "para a produção nacional para consumo interno".
"Essa estratégia é vital para acabar com os problemas que a agricultura nacional atravessa", sublinhou, recordando que "Portugal continua muito dependente do estrangeiro para alimentar a sua população".
João Dinis frisou que "a prioridade no consumo interno" seria "importante para também se combater a ditadura comercial das grandes superfícies", dando "mais poder negocial" aos pequenos e médios agricultores.
De acordo com o dirigente da CNA, "as grandes superfícies importam muito e impõem as suas próprias marcas, o que faz baixar os preços e esmagar a produção nacional".
A regulamentação e imposição de limites "nas marcas brancas já ajudava a equilibrar o poder negocial entre fornecedores e hipermercados", facilitando "o escoamento" dos produtos nacionais, disse João Dinis à agência Lusa.
"Se não forem aplicadas medidas, muitos agricultores correm o risco de se afastarem da produção", alertou.
Fonte: Lusa
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