sexta-feira, 29 de maio de 2015

Bruxelas certifica Capão de Freamunde com Indicação Geográfica Protegida

28-05-2015 
 
 
O presidente da Associação de Criadores de Capão de Freamunde disse à Lusa que a atribuição, por Bruxelas, da denominação de "Indicação Geográfica Protegida" é a concretização de um sonho antigo.

«É uma alegria enorme. É a concretização de um sonho, porque foi sempre o nosso objectivo desde 2001», comentou Ricardo Graça quando tomou conhecimento da certificação hoje anunciada pela Comissão Europeia.

Para o dirigente que representa 63 produtores de capão, a distinção atribuída pela União Europeia reconhece a especificidade daquela iguaria e ajuda a promovê-la em todo o país e até no estrangeiro.

«É uma alavanca, porque queremos alargar horizontes para fora do país, mas não queremos massificar o capão, porque é um produto nobre», afirmou. O capão é um frango castrado antes de atingir a maturidade sexual e que se destina exclusivamente à produção de carne.

À Lusa, Ricardo Graça explicou que a certificação europeia e a nacional são importantes, porque definem um "caderno de encargos", com as regras de criação da ave, limitada ao Vale do Sousa, que todos os produtores têm de cumprir.

O capão à Freamunde é tradicionalmente comercializado em Dezembro, sobretudo no Natal, e por altura da Feira de Santa Luzia, a 13 de Dezembro, quando se realiza a semana gastronómica dedicada àquela especialidade.

Em 2014, afirmou Ricardo Graça, foram vendidos 2.800 capões, a maioria dos quais adquiridos por restaurantes. O dirigente reconheceu que o capão ainda é um produto sazonal, mas frisou haver cada vez mais pessoas a encomendar aos restaurantes a preparação da iguaria noutras alturas do ano. Segundo assinalou, há cada vez mais restaurantes do concelho de Paços de Ferreira a incluir o Capão à Freamunde nas suas ementas.

«Há restaurantes que encomendam aos produtores quase 200 capões», especificou, sublinhando, por outro lado, que os clientes da restauração têm origem em vários pontos do país.

O interesse na criação das aves, sinalizou ainda o dirigente, também está a aumentar entre os mais novos, sobretudo os filhos dos produtores tradicionais, a maioria agricultores, que se dedicavam ao capão como um complemento de rendimento. Actualmente, explicou Ricardo Graça, os mais novos já olham para o animal como um negócio com potencial económico.

Fonte: Lusa

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