sábado, 30 de maio de 2015

'Nobel' da arquitetura paisagista para Gonçalo Ribeiro Telles



10.04.2013 10h061

Prémio Sir Goffrey Jellicoe - o mais conceituado na área da arquitetura paisagista - é atribuído hoje a Gonçalo Ribeiro Telles. 

Lusa
LUSA
O arquiteto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles foi hoje distinguido com o 'Nobel' da Arquitetura Paisagista, o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, atribuído em Auckland, na Nova Zelândia, pela federação internacional do sector, revelou à agência Lusa fonte ligada à organização.

De acordo com a Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas (APAP), o galardão foi anunciado hoje, durante a realização do congresso, em Auckland, da Federação Internacional dos Arquitetos Paisagistas (IFLA).

O prémio tem como objetivo "reconhecer um arquiteto paisagista cuja obra e contribuições ao longo da vida tenham tido um impacto incomparável e duradoiro no bem-estar da sociedade e do ambiente e na promoção da profissão".

A entrega do prémio é efetuada hoje durante uma sessão do congresso, ao arquiteto paisagista Miguel Braula Reis, presidente da APAP, que o recebe em representação de Gonçalo Ribeiro Telles.

Braula Reis fará ainda a leitura de uma conferência da autoria do premiado e será exibido um vídeo, com uma mensagem de agradecimento de Ribeiro Telles.

MAIOR PRÉMIO DA ARQUITETURA PAISAGISTA
O Prémio IFLA Sir Geoffrey Jellicoe foi criado em 2004, e o primeiro galardoado, no ano seguinte, foi o arquiteto Peter Walker, dos Estados Unidos, seguindo-se, em 2009, Bernard Lassus, de França. Em 2011 foi distinguida Cornelia Hahn Oberlander, do Canadá, e, em 2012, Mihaly Mocsenyi, da Hungria.

Este galardão, considerado o 'Nobel' da arquitetura paisagista, que tem paralelo no Prémio Pritzker de arquitetura, comemora a contribuição extraordinária para a IFLA do arquiteto paisagista britânico Sir Geoffrey Jellicoe (1900-1996), fundador daquela federação internacional.

Para a APAP, Gonçalo Ribeiro Telles "é premiado por uma excecional carreira de setenta anos, poucos meses depois de ver garantida a continuidade do corredor verde de Lisboa, uma ideia que lançou em 1968".

O júri do prémio inclui arquitetos paisagistas das quatro regiões da IFLA, "que representam o âmbito académico, a prática pública e privada, e possuem um profundo conhecimento da profissão, dos seus profissionais-chave e da prática internacional".

CRIADOR DO CORREDOR VERDE DE MONSANTO
Nascido em Lisboa, a 25 de maio de 1922, Gonçalo Pereira Ribeiro Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma e formou-se em Arquitetura Paisagista, no Instituto Superior de Agronomia, na capital portuguesa, onde iniciou a vida profissional como assistente e discípulo de Francisco Caldeira Cabral, pioneiro da disciplina em Portugal, no século XX.

São da autoria de Ribeiro Telle, entre outros projetos, o Corredor Verde de Monsanto e a integração da zona ribeirinha oriental e ocidental, na Estrutura Verde Principal de Lisboa.

Gonçalo Ribeiro Telles também é autor dos jardins da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, que assinou com António Viana Barreto (Prémio Valmor de 1975), e dos projetos do Vale de Alcântara e da Radial de Benfica, do Vale de Chelas, e do Parque Periférico, entre outros.

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