sexta-feira, 8 de maio de 2015

Em meio século Portugal reduziu produção cereais e Espanha triplicou



 07 Maio 2015, quinta-feira  Cerealicultura
cereais
Portugal produz hoje menos cereais do que há 50 anos, enquanto a vizinha Espanha, no mesmo período, quase triplicou a produção. Os dados foram esta quinta-feira (7 de maio) pelo GlobalStat, um novo portal apresentado em Florença.
Segundo o GlobalStat, uma organização da Fundação Francisco Manuel dos Santos e do Instituto Universitário Europeu, Portugal produzia 1,4 milhões de toneladas de cereais em 1961, passando para 1,2 milhões em 2013. Espanha passou, no mesmo período, de 7,5 milhões para 25 milhões.
A iniciativa conjunta, segundo o presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, Nuno Garoupa, representa «um programa de internacionalização progressiva» da Fundação, um dos objetivos da instituição, como explicou.
Pretende-se, disse, aumentar «o envolvimento da Fundação em atividades fora de Portugal» e, ao mesmo tempo, «permitir e facilitar futuros trabalhos, análises e discussões que centrem Portugal em comparação com o resto do mundo».
Disse ainda o presidente: «penso que é uma questão que preocupa o espaço público. O país continua a ser, até certo ponto, dominado por um discurso extremamente centrado em Portugal, extremamente isolacionista do resto do mundo, e a Fundação também tem um papel importante de contribuir para que esse espaço se abra, numa perspetiva mais comparada».
O portal junta dados dos últimos 50 anos de 193 países, provenientes de 80 instituições que vão da UNESCO à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), à Organização da Aviação Civil, à NATO ou à Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
E trata temas que podem ser comparados, como a demografia, a alimentação, a agricultura e a pesca, a energia, o desenvolvimento económico e o comércio, o ambiente, as atividades financeiras, a governação, os conflitos e os riscos, a mobilidade humana, a saúde ou o desenvolvimento tecnológico.
De forma fácil e rápida, os utilizadores podem ver quantos são os habitantes do planeta, quanto tempo se vive em cada continente, onde aconteceram os mais graves desastres naturais e quantas pessoas afetaram, quanto dióxido de carbono produz a Europa em comparação com a Ásia, qual a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, onde se vende a gasolina mais cara (Portugal tinha em 2012 das gasolinas mais caras do mundo).
«Se quiser comparar a evolução dos últimos dez anos do nosso produto [PIB] 'per capita' com indicadores de natureza social ou humana, neste momento tenho de saber onde os encontro, nos vários portais, do Banco Mundial, OCDE, Fundo Monetário Internacional, ONU, e até outras instituições sub geográficas. O que o portal permite é (…) encontrar estes indicadores todos, no portal e poder eu relaciona-los», explicou Nuno Garoupa.
De acordo com o responsável, o Instituto Universitário Europeu já tem um centro que está a preparar projetos nesta área, razão da aliança com a Fundação, que contribuiu fundamentalmente com a tecnologia. «Nós tínhamos a tecnologia, faltava-nos o capital humano, eles tinham o capital humano, faltava-lhes a tecnologia», afirmou.
Dessa relação «nasceu» hoje o GlobalStat, gratuito e com cerca de 500 indicadores à escala mundial. Em segundos pode, por exemplo, saber-se que o PIB que mais cresceu em 2013 foi o do Afeganistão e o da Serra Leoa.
E saber-se que, nesse ano, o PIB de alguns países baixou. Desde logo o do Sudão do Sul, que caiu quase para metade, seguido do Sudão, com menos 10,19 por cento. De todos os países do mundo, o terceiro com maior queda no PIB foi a Guiné-Bissau, com menos 6,71 por cento. Segue-se a Grécia, com menos 6,37, e depois Portugal, o quinto pior, com menos 3,23 por cento.
A Fundação foi criada em 2009 por Alexandre Soares dos Santos e tem como objetivo a promoção de estudos e análises sobre a realidade portuguesa. O Instituto Universitário Europeu foi criado em 1976 para desenvolver o património cultural e científico europeu.
Fonte: Lusa 

Sem comentários:

Enviar um comentário