quarta-feira, 6 de maio de 2015

Investigadores portugueses desenvolvem enzima que pode proteger abelhas e colmeias

  05-05-2015 
 
Uma equipa de investigadores portugueses do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho desenvolveu uma enzima capaz de destruir uma das mais graves doenças bacterianas que afectam as abelhas não só em Portugal como em toda a Europa e na América Latina.

A inovação nacional tem potencial para proteger as colmeias e evitar a morte precoce das colónias destes insectos. Em comunicado enviado ao Boas Notícias, o CEB explica que esta enzima consegue combater a bactéria responsável pela Loque Americana (AFB, na sigla em inglês), doença bacteriana que começa por afectar as abelhas jovens, as larvas, espalhando-se, rapidamente, por toda a colónia e que, se não for tratada, pode levar à morte de toda a população da colmeia num curto espaço de tempo.

A enzima foi desenvolvida no âmbito de uma investigação feita pelo centro português com o objectivo de conceber «uma estratégia terapêutica para utilização em apicultura que constitua uma alternativa à adminitração de antibióticos nas abelhas».

O trabalho surgiu em consequência da necessidade de respeitar a actual restrição à presença de resíduos de antibióticos no mel imposta pela legislação da União Europeia, que acarreta «uma dificuldade acrescida no combate terapêutico à AFB», obrigando a uma busca «urgente» por métodos antimicrobianos alternativos.

De acordo com informações avançadas pelo CEB, a enzima deverá ser administrada oralmente às abelhas adultas para que estas a possam fornecer, posteriormente, às mais jovens, e/ou por pulverização directa às larvas que se encontram nos favos.

«Com isto, pretende-se que, quando a bactéria em causa emergir dos esporos que a protegem no intestino das larvas, a enzima que anteriormente foi ingerida impeça a sua proliferação e consequente morte larvar», explica Ana Oliveira, cientista do CEB envolvida nesta investigação.

Os investigadores já confirmaram, entretanto, que a enzima desenvolvida consegue destruir a bactéria responsável pela Loque Americana nas concentrações que ocorrem no campo quando a doença se verifica e que o composto não é tóxico para as larvas.

O próximo passo será a realização de ensaios "in vivo" em larvas de abelha criadas em laboratório e, posteriormente, em colmeias infectadas de forma natural.

Fonte: Boas Notícias

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