quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

FAO: Reservas mundiais de cereais aumentam 10 milhões de toneladas em 2012

12-12-2011

O Índice da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação permanece praticamente sem alterações em Novembro em
comparação a Outubro.
Os preços dos cereais, um dos principais produtos básicos incluídos no
índice da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação (FAO), desceram três por cento em relação a Outubro
devido, sobretudo, aos valores do trigo, que caíram cerca de três
pontos percentuais, enquanto a cotação do arroz desceu ligeiramente e
os preços dos cereais secundários sem qualquer alteração substancial.
De acordo com a informação da FAO, a pressão da queda dos preços dos
cereais contribui para a revisão em alta das previsões para o

fornecimento global para 2011/2012, como resultado de melhores
perspectivas de colheitas em alguns países da Ásia e da Federação
Russa, que conta com maiores reservas que o previsto.
Estas são algumas das principais conclusões da última informação
trimestral da FAO Perspectivas de colheitas e situação alimentar, que
confirma o nível recorde da produção mundial de cereais, com 2.323
milhões de toneladas em 2011. Sendo ligeiramente superior às previsões
avançadas em Outubro, representa um aumento de 3,5 por cento sobre a
produção de 2010.
Com este nível, a colheita de 2011 deverá ser suficiente para cobrir o
aumento previsto da utilização em 2011/2012 e também permitir uma
recuperação moderada das reservas mundiais, de acordo com a
organização.
Para o trigo, estima-se que a produção aumente cerca de 6,5 por cento
e para o arroz verifica-se uma redução devido a um ajuste da
diminuição de milho nos Estados Unidos e deterioração das perspectivas
para o arroz na Indonésia.
O total de utilização de cereais em 2011/2012 ficou nos 2.310 milhões
de toneladas, quase 1,8 por cento acima dos valores registados em
2010/2011, Um aspecto a destacar é a forte subida de oito por cento da
procura de trigo para rações, devido ao preço competitivo em
comparação com os cereais secundários, em particular com o milho.
A previsão para as reservas finais a nível mundial no fim da temporada
em 2012 aumentou quase cinco milhões de toneladas em relação ao mês
anterior, até alcançar 511 milhões de toneladas, o que levaria as
reservas globais a aumentarem 10 milhões de toneladas frente ao ano
anterior, e o coeficiente reservas/utilização a subir ligeiramente,
até os 22 por cento.
As Perspectivas de colheitas e situação alimentar, baseada em aspectos
que afectam a questão alimentar nos países em desenvolvimento e, e,
particular dos países com baixos rendimentos e com falta de alimentos,
assinala que o aumento previsível das suas necessidades de
importações, a factura total por saídas de cereais dos países em
questão para o período comercial de 2011/2012 pode atingir um nível
recorde de 33 mil milhões de dólares, comum aumento de 3,4 por cento
em relação a 2010/2011.
Numa revisão aos pontos críticos de insegurança alimentar no mundo, a
informação da FAO observa que, apesar de algumas melhorias da situação
na Somália devido à ajuda humanitária e chuvas favoráveis, espera-se
que a insegurança mantenha um cenário considerado grave nas áreas
afectadas pela seca, até a colheita dos cereais, no inicio de 2012.
O documento da organização das Nações Unidas refere ainda que a
situação de fome permaneça na região da Somália, sublinhando que para
a população de refugiados já passou a estado de emergência no passado
dia 28 de Novembro.
No conjunto do Corno de África, a insegurança alimentar atinge cerca
de 18 milhões de pessoas nas áreas afectadas pela seca, com 4,6
milhões na Etiópia, quatro milhões na Somália e no Sudão,
respectivamente, 3,75 no Quénia, 1,5 no Sul do Sudão e 180 mil pessoas
em Djibuti requerem ajuda de emergência.
Na África Ocidental, em diversos países do Sahel, entre os quais,
Burkina Faso; Mali; Mauritânia e Níger, zona norte da Nigéria, a
produção agrícola foi afectada por chuvas irregulares e pragas de
grande magnitude, o que pode conduzir a um aumento de preços e
insegurança alimentar.
Os últimos cálculos da FAO indicam que existem 33 países do mundo que
necessitam de ajuda externa como resultado de colheitas deficitárias,
conflitos ou insegurança, fenómenos naturais ou os elevados preços dos
alimentos a nível doméstico.
Fonte: Agrodigital
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia42635.aspx

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