domingo, 11 de dezembro de 2011

Pinheiros naturais são ecológicos

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10 de Dezembro, 2011por Sónia Balasteiro
Apesar de ser já prática comum ver árvores de Natal artificiais nas
casas dos portugueses, comprar um pinheiro natural pode ser a opção
mais amiga do ambiente.
Maria Pais contraria a tendência dos 'pinheiros de plástico', por
questões ecológicas. «Cortar uma árvore pode parecer mau para o
ambiente, mas um pinheiro falso tem um impacto maior», explica esta
consumidora, lembrando que «os recursos que se gastam para produzir
estas árvores artificiais e o resíduo que fica no ambiente quando as
deitamos fora é mais grave». De resto, o plástico de que são feitas é
o poluente PVC, cuja produção liberta agentes cancerígenos.
Domingos Pataco, da Quercus, explica, aliás, que se a árvore natural
for replantada «é uma boa opção» para o ambiente.
Menos clientes para pinheiros verdadeiros

A partir da última semana de Novembro, a loja de Pedro Silva,
enfeita-se e enche-se de árvores de Natal naturais. Há pelo menos 20
anos que assim é. No princípio, a Decoflores chegava a ter 30, 40
pinheiros para vender nesta época. Mas os tempos mudaram.
«Agora tenho menos clientes, mas ainda há alguns que não dispensam as
árvores naturais», conta. «Aliás, tenho clientes que só vejo mesmo no
Natal».
O comerciante lamenta que a sociedade se tenha tornado mais
«comodista» e explica que «as pessoas não estão para se chatear e é
mais fácil ter uma árvore artificial».
Quando as festividades acabarem, Maria Pais tenciona usar o pinheiro
verdadeiro para fazer compostagem. O mesmo fazem os clientes da
Decoflores, que tem à disposição um serviço para recolher as árvores
depois do Natal e usá-las para fertilizar o solo.
Com Paulo Couceiro, produtor de árvores ornamentais da Lousã, é
diferente. «Quando acaba o Natal, é só plantar a árvore no quintal»,
conta o empresário, que todos os Natais vende cerca de mil árvores.
«Começámos há dez anos. Já vendíamos plantas ornamentais e foi uma
opção lógica».
Começou a plantar na floresta, em plena serra da Lousã, e tornou-se
fornecedor de praticamente todas as lojas que vendem árvores de Natal
em Portugal, de Norte a Sul.
«Há muito poucos produtores de árvores de Natal em Portugal, por isso
a concorrência não é muita», conta.
Ao contrário do que se pensa, não é de pinheiros que se fala, mas de
abetos. No caso da Decoflores, são os abetus normandus, originários do
Norte da Europa. Todos os anos, o comerciante encomenda-os aos
Pirinéus. Além do abeto normandis, Paulo Couceiro produz ainda o abeto
piciavis, também originário do Norte da Europa. «Mas os nossos ficam
muito mais bonitos, por causa do clima», garante.
Mas o negócio é «um investimento a longo prazo», já que, para estarem
prontos para vender, «os abetos têm de crescer durante seis a sete ano
até atingirem 1,20m, 1,30 m».
Para o produtor, a época natalícia começou há três semanas. «A partir
de meados de Novembro, começámos a entregar os abetos nas lojas de
todo o país».
Mas Paulo Couceiro também vende directamente ao público, no mercado de
Coimbra. «A partir de 20 euros, pode-se ter um abeto em casa e depois
plantá-lo».
Domingos Pataco, da Quercus, alerta para a necessidade de dar atenção
ao destino dos pinheiros ou abetos depois do Natal. «Há uns anos, uma
grande superfície enviou 200 abetos para aterro, por não ter onde os
colocar», lembra.
Por outro lado, no caso de se tratar de pinheiros portugueses, o
especialista recorda que existe uma lei de 1988 que proíbe o desbaste
de árvores com menos de oito anos. Também a importação não é bem vista
por Domingos Patacto, «devido ao CO2 emitido pelos camiões durante o
transporte, que não compensa».
sonia.balasteiro@sol.pt
http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=35906

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