terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Agricultores do Sul reclamam respostas concretas sobre Alqueva

A ACOS – Agricultores do Sul manifesta grande preocupação relativa à
indefinição do Ministério da Agricultura em relação ao término das
obras de Alqueva porque já foram feitos muitos investimentos,
nomeadamente novas plantações de olival e vinha, a contar com a rápida
conclusão das obras de Alqueva.
"Só no perímetro de rega de Pedrógão (que aguarda a conclusão das
obras) foram plantados cerca de 12 mil hectares de culturas de regadio
que podem vir a ser comprometidos", releva esta organização de
agricultores. E acrescenta que "neste momento começa a ser preocupante
a falta de chuva que, ao longo de cerca de dois meses, já retirou às
barragens e charcas das explorações, bem como aos furos, a normal
capacidade de irrigação".
As preocupações da ACOS são corroboradas pelo anterior ministro da
Agricultura, António Serrano, para quem "a indecisão do Governo sobre
Alqueva representa um prejuízo enorme para toda a região Alentejo e um
sinal muito negativo".

O ex-titular da pasta da Agricultura, e deputado pelo PS à Assembleia
da República, assegurou que estará "na primeira linha com os
agricultores do Alentejo em defesa dos interesses da região e do País
e contra qualquer adiamento relacionado com a conclusão das obras de
Alqueva".
António Serrano defende que "os agricultores da região sabem a
vantagem que podem tirar da água quando o projecto estiver concluído
porque já deram provas disso. Há uma expectativa enorme em toda a
região. O País, no momento de crise que atravessa, não pode deixar um
empreendimento destes – que é orientado para a produção – em
suspenso".
"A agricultura é fundamental para o desenvolvimento da economia
nacional, é o sector primário que deve estar na primeira linha para
reduzir importações, aumentar a produção nacional e as exportações",
reforça o deputado socialista. E acrescenta: "no decurso dos seis
meses deste Governo, se há coisas que correram mal foram os avanços e
recuos relativamente a Alqueva. Faço votos para que se criem as
condições para colocar esta região a produzir ainda mais. Basta ver os
exemplos que temos quer na área do olival, da vinha e do vinho, quer
da uva de mesa, desenvolvidos por gente que está a trabalhar muito,
que está a puxar pela nossa economia e que nós devemos apoiar".
O ex-ministro da Agricultura lembra que, dos cerca de 60 mil hectares
de terreno abrangidos pelas obras concluídas até meados de 2011 para
irrigação, a taxa de utilização ronda os 40 por cento, valor que "está
perfeitamente alinhada com a média nacional, tanto mais que o final de
algumas obras é muito recente".
São por isso, na óptica de António Serrano, graves as dúvidas lançadas
pelo Ministério da Agricultura, tanto piores quanto lançadas sobre a
capacidade dos agricultores alentejanos poderem tirar partido desse
investimento. Em declarações ao programa radiofónico "Agricultores do
Sul", da responsabilidade da ACOS, o deputado aludia às declarações da
ministra Assunção Cristas de que era preciso trazer agricultores de
outras regiões, nomeadamente do Ribatejo, para tirarem partido de
Alqueva. Este argumento "não é correcto, nem do ponto de vista ético,
nem político. É um erro gravíssimo".
"Quando se faz campanha política a dizer que a agricultura é
importante para reduzir as importações e aumentar as exportações, essa
bandeira política eleitoral tem de ser traduzida em actos concretos
quando se está no poder. É isso que se espera na hora da verdade. O
Governo deve comprometer-se com um prazo e deixar de adiar a questão.
Este é um projecto que pode ajudar Portugal a sair da crise", concluiu
António Serrano, em declarações subscritas pela ACOS – Agricultores do
Sul.
Fonte: Acos
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/01/02b.htm

Sem comentários:

Enviar um comentário