segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Certificação é aposta do primeiro presidente eleito da Comissão Vitivinícola da Bairrada

ARTIGO | SÁB, 18/02/2012 - 13:22

O primeiro presidente eleito da Comissão Vitivinícola da Bairrada
(CVB), José Pedro Soares, quer fazer da certificação "um objetivo
comum" e dos vinhos espumantes "quase uma bandeira" da região.
Com um mandato de três anos pela frente, o responsável disse à Agência
Lusa que a sua "grande prioridade vai ser juntar todos os operadores a
volta de um objetivo comum: os vinhos têm uma mais-valia se forem
certificados".
"A região produz cerca de 15 milhões de litros de vinho por ano, mas
apenas cinco milhões acabam por ser certificados", explicou José Pedro
Soares, de 38 anos, produtor de vinhos espumantes, em Mogofores,
Anadia, e formação em enologia.

O novo líder da CVB considerou essencial "definir estrategicamente o
que a região pretende comunicar" e, nesse sentido, "o destaque será
para os espumantes", um vinho com forte expressão na Bairrada.
Em terceiro lugar, José Pedro Soares referiu que a região deve
"aproveitar os seus brancos e tintos" que ali são produzidos e,
nomeadamente, explorar todo "o seu potencial gastronómico" junto dos
mercados.
O dirigente considerou haver algum desânimo entre os produtores
locais, sendo de opinião que "é necessário uma maior cooperação entre
todos, porque a região tem um enorme potencial e produz vinhos tintos
e brancos com boa capacidade de envelhecimento" e bom acolhimento
crítico.
A Bairrada não se distingue pelo volume da produção vinícola, mas por
vinhos que têm "um fator de diferenciação muito grande, facilmente
identificáveis".
"Quero ser o elemento agregador entre as várias peças e aproveitar os
pesos-pesados e puxá-los também para a denominação de origem", ou
seja, para a certificação dos vinhos, explicou José Pedro Soares.
A direção presidida por José Pedro Soares toma posse na quinta-feira,
no Museu do Vinho da Bairrada, em Anadia, e tem dois vogais, um
indicado pelo setor do comércio, Alexandrino Amorim, administrador das
Caves São Domingos, e outro pelo da produção, Victor Damião,
presidente da Adega Cooperativa de Cantanhede.
Foi a primeira vez que o Conselho Geral da CVB - composto por seis
representantes do comércio e outros seis da produção - elegeu o
presidente da Direção, pois "até aqui, o presidente era nomeado pelo
Ministério da Agricultura, que escolhia um dos nomes sugeridos por
aquele órgão", salientou José Pedro Soares.
"Não dependemos economicamente do Estado", acrescentou.
As receitas principais da CVB resultam da "venda dos selos de
certificação que são colocados nas garrafas", representando "cerca de
80 por cento do volume de faturação da Comissão".
http://online.jornaldamadeira.pt/artigos/certifica%C3%A7%C3%A3o-%C3%A9-aposta-do-primeiro-presidente-eleito-da-comiss%C3%A3o-vitivin%C3%ADcola-da-bairrada

Sem comentários:

Enviar um comentário