sábado, 25 de fevereiro de 2012

Crise pode revalorizar o papel das mulheres na agricultura

Os produtores agrícolas em Portugal continuam a ser maioritariamente homens
A crise poderá resultar na revalorização do "valor da terra", o que
deve passar por reconhecer o papel das mulheres na agricultura,
afirmou Teresa Morais, secretária de Estado da Igualdade, que vai
debater este tema nas Nações Unidas.
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A 56.ª sessão da Comissão sobre o Estatuto das Mulheres (CSW), que
começa na segunda-feira e se prolonga até 9 de Março, na sede da ONU,
em Nova Iorque, tem como tema central o fortalecimento do papel das
mulheres rurais e o seu papel na erradicação da pobreza e da fome e no
desenvolvimento.

A secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade,
Teresa Morais, chefia a delegação portuguesa que participa na
comissão. "É um tema muito relevante neste momento" de crise, que
poderá resultar na "revalorização de algumas formas seguras de
riqueza, como é o caso da terra", disse, em declarações à agência
Lusa.
O "investimento em formas supérfluas de riqueza" acompanhou a
"desvalorização" da agricultura, mas talvez a crise traga "uma mudança
de atitude" face "ao valor seguro da terra" e ao contributo da
agricultura, não só para a economia familiar, mas também para a
produção nacional de riqueza, estima.
Em Portugal, assiste-se a "uma situação interessante", considera a
governante, explicando que, no "contexto de declínio global da
agricultura" e de "envelhecimento da população agrícola", tem-se
verificado igualmente "um aumento da representação das mulheres",
tanto na agricultura familiar, como na empresarial.
Embora os produtores agrícolas em Portugal continuem a ser
maioritariamente homens, o número de mulheres aumentou entre 1999 e
2009, representando hoje cerca de um terço dos produtores agrícolas
singulares. Ao nível dos trabalhadores agrícolas assalariados, a taxa
feminina é a quinta maior da União Europeia (47%).
Teresa Morais realçou que existe "uma forte representação feminina ao
nível do ensino superior na área da agricultura" (55 por cento).
Mas não há só indicadores positivos sobre as mulheres das zonas
rurais. À semelhança de outros contextos, também ali persiste uma
"discrepância salarial entre mulheres e homens", que "ronda os 16 por
cento", frisa. Simultaneamente, estas mulheres continuam a estar
sub-representadas na política e outras actividades públicas e a serem
vulneráveis a situações de exclusão e isolamento, aspectos "em que se
pode melhorar", reconhece a secretária de Estado.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/crise-pode-revalorizar-o-papel-das-mulheres-na-agricultura

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