terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Fagrorural reclama apoios iguais para agricultores afetados por incêndios e temporais

Lusa
29 Jan, 2013, 10:58

Vila Real, 29 jan (Lusa) -- A Federação de Associações Agroflorestais
Transmontanas (Fagrorural), com sede em Vila Real, reclamou hoje para
os agricultores afetados pelos incêndios do verão passado apoios
idênticos aos atribuídos agora às vítimas das intempéries.

"São situações excecionais, situações de catástrofe, que merecem o
mesmo tipo de apoios", afirmou o dirigente da Fagrorural, Armando
Carvalho, em declarações à agência Lusa.

Segundo o responsável, no verão passado os incêndios afetaram as
produções de agricultores e produtores, principalmente na zona de
Chaves.

Armando Carvalho destacou o caso de um produtor que, em 11 de agosto,
perdeu toda a sua exploração agropecuária, desde o efetivo de 160
ovelhas, o `stock` de palhas, fenos e cereais, ainda todas as máquinas
e os tratores.

O responsável ressalva que o agricultor ficou completamente sozinho e
só tem conseguido sobreviver com a ajuda dos vizinhos e amigos.

"Tem à volta de 60 anos e está agora a começar uma nova vida. Porque
tudo o que teve até agora foi destruído pelo incêndio", frisou.

Na altura, segundo Armando Carvalho, foi feito o levantamento dos
prejuízos e foi pedida ajuda ao Governo, mas, até ao momento, não foi
dada qualquer resposta ao produtor.

Dois dias depois do temporal da semana passada, a ministra da
Agricultura e do Mar visitou a Póvoa de Varzim, tendo garantido que a
"comparticipação" para os agricultores que ficaram com as suas
plantações destruídas, devido ao mau tempo, poderia ir até aos 75%, a
fundo perdido.

Na altura, a governante explicou que os agricultores poderiam recorrer
ao PRODER, uma medida que "tem um grau de comparticipação mais elevado
do que é normal -- 75%", explicou Assunção Cristas, sublinhando que
estes fundos agrícolas europeus visam "dar apoio à agricultura para
reposição da capacidade reprodutiva".

A Fragrorural reivindica agora "um tratamento igual", permitindo aos
agricultores afetados pelos incêndios aceder também ao PRODER.

"Porque a essência da medida é repor o potencial produtivo das
explorações agrícolas", salientou.

Armando Carvalho salientou ainda que os produtores transmontanos não
têm culpa da intempérie deles "ter sido um inferno de fogo".

O incêndio que afetou este produtor de Chaves deflagrou às 13:00 do
dia 11 de agosto e foi dado como extinto às 07:00 do dia 12.

Queimou 560 hectares, nomeadamente 130 hectares de área agrícola, 140
de mato e 290 de pinheiro bravo, este último avaliado em 1,3 milhões
de euros, de acordo com as tabelas da Autoridade Florestal Nacional.

Segundo a GNR, este fogo teve uma origem intencional, dolosa,
decorrendo ainda o inquérito.

http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=623545&tm=6&layout=121&visual=49

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