sábado, 2 de fevereiro de 2013

Campelo pediu para sair porque “já não podia dar o máximo”

Por Agência Lusa, publicado em 1 Fev 2013 - 22:05 | Actualizado há 2
horas 18 minutos


O ex-secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural Daniel
Campelo disse hoje que pediu para sair do Governo porque "já não podia
dar o máximo", admitindo deixar Lisboa com "coisas por fazer".

"Sou uma pessoa sempre insatisfeita. Queremos sempre fazer mais, mas o
Governo é diferente de uma empresa ou autarquia porque a dimensão é
enorme, o processo legislativo é demorado e é muito difícil ter
resultados imediatos", afirmou, em declarações à agência Lusa.

O homem que durante 16 anos liderou a Câmara de Ponte de Lima, pelo
CDS-PP, hoje com 53 anos, confirmou que "há muito tempo" que tinha
pedido para sair do Governo, por "motivos pessoais".

A saída aconteceu agora, explicou, por ter concluído, no final de
dezembro, "assuntos" que tinha em curso e que representavam "uma meta
para as funções governativas" que assumiu em 2011.

"Acho que se conseguiu dar mais força, valor e vantagem às pessoas que
trabalham a terra. As pessoas que abandonam a terra e as que a
trabalham deixaram de ser tratadas da mesma forma", afirmou Daniel
Campelo.

Destaca como exemplos o trabalho entretanto lançado para permitir
"legalizar milhares de explorações pecuárias", o programa para
implementar medidas de gestão ativa do território, na área agrícola e
florestal, ou ainda a legislação sobre a bolsa de terras.

"São medidas que vão permitir que Portugal seja cada vez mais
autossuficiente na produção de alimentos", disse.

Motivos que o levam a garantir que sai do Governo com "o sentimento de
dever cumprido".

Contudo, admite também que "gostaria de ter feito mais" nesta estreia
em funções governativas, depois da passagem pela Assembleia da
República, entre 1999 e 2002, como deputado do CDS-PP eleito por Viana
do Castelo.

"Ficaram coisas por fazer, mas tenho esperança que se continue a fazer
mais, até porque os governos são dinâmicos. Eu nunca me cansei de dar
o máximo, mas por entender que não o podia continuar a fazer, pedi
para ser substituído, dando condições a quem pode", sublinhou.

Em 20 meses de trabalho no Governo, com pastas que hoje foram
assumidas pelo novos secretários de Estado das Florestas e
Desenvolvimento Rural, Francisco Ramos Lopes Gomes da Silva, e da
Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito, Campelo
insiste que foi possível "voltar a dar dignidade" a quem vive da
agricultura.

"O mundo rural tem hoje, nitidamente, mais defensores. As pessoas que
vivem da agricultura, apesar das dificuldades e do momento muito
difícil que o país atravessa, têm hoje a esperança de, no futuro
próximo, ter uma maior proteção. A resposta tem sido grande, a
produção agrícola tem vindo a aumentar e a perspetiva é para aumentar
muito mais", assegurou.

Entretanto, já de regresso a Ponte de Lima, Daniel Campelo rejeitou
qualquer "especulação" sobre o futuro político a curto prazo,
nomeadamente a possibilidade, abordada publicamente há vários meses,
de concorrer à Câmara de Viana do Castelo, liderada pelo PS, nas
eleições autárquicas de 2013.

"Nunca disse que queria ser candidato a qualquer coisa ou a qualquer
órgão autárquico. Não quero que as pessoas especulem, porque a minha
saída do Governo tem a ver com motivos pessoais", rematou.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado
pela agência Lusa

http://www.ionline.pt/portugal/campelo-pediu-sair-porque-ja-nao-podia-dar-maximo

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