sábado, 7 de junho de 2014

Assunção Cristas defende mecanismos de regulação para prevenir problemas no sector leiteiro

A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, defendeu ontem a criação de mecanismos de regulação para minimizar o fim das quotas leiteiras na União Europeia, que permitam reagir nomeadamente às variações de preços.

Falando na Conferência "Dynamics in fully liberated UE-US Dairy market", que decorre em Lisboa, Assunção Cristas referiu que têm de "existir mecanismos de regulação para antecipar e prevenir problemas", nomeadamente as variações de preços e o aumento de produção de alguns países da União Europeia.

"Um aumento de 1% na Dinamarca ou na Holanda, que é o que Portugal produz na totalidade, é um risco para o sector dos laticínios, daí que estejamos atentos", salientou.

O eurodeputado Vital Moreira, presidente da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu e relator desta Comissão para a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), participa também no encontro promovido pela Eucolait, a Associação Europeia do Comércio de Laticínios, que debate o impacto do Tratado de Comércio e Investimento em negociação entre a União Europeia e os Estados Unidos da América no sector.

Assunção Cristas realçou a "incontornável relevância" do sector leiteiro em Portugal por representar 11% do valor da produção agrícola, ter 7.000 produtores e as explorações terem aumentado em área e em número de efectivos, com a produtividade anual média, por vaca, a situar-se actualmente acima da média europeia.

"O sector leiteiro em Portugal tem mais de 100% em termos do grau de aprovisionamento de leite líquido, embora o país não seja autossuficiente, nomeadamente nos queijos e iogurtes", salientou.

A ministra garantiu que o sector leiteiro tem mecanismos para prevenir o impacto do fim do regime de quotas leiteiras, chamou a atenção para necessidade de haver "um equilíbrio ao nível da cadeia de produção" e disse que o Governo pode ajudar através dos fundos de desenvolvimento da agricultura para que haja mais "inovação e desenvolvimento e internacionalização".

Nesta última vertente, chamou a atenção para o acordo ao nível do setor dos laticínios e da agroindústria fechado com a China.

"Nós últimos 20 anos o sector leiteiro reconverteu-se e aumentou a dimensão das suas explorações, agora é preciso aproveitar os mercados internacionais, pois somos um país com produtos de qualidade e que garante a segurança alimentar", concluiu.

Fonte:  Lusa

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