segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Verdes à espera da "vindima do século"


ANA PEIXOTO FERNANDES | Hoje às 00:40
"A uva está perfeita. Agora a esperança está no tempo. É uma agonia. Estamos sempre a olhar para o céu".
 

A poucos dias do início da colheita das uvas, o enólogo e produtor de vinho Anselmo Mendes anda numa angústia permanente com a mais pequena possibilidade de vir a chover. É que, se não houver chuva, antecipa: 2015 ficará para a história como "a vindima do século".

Na Região Demarcada dos Vinhos Verdes o arranque das vindimas foi assinalado, de forma simbólica, ontem em Arcos de Valdevez, na Estação Vitivinícola Amândio Galhano, com a presença do embaixador dos Estados Unidos, Robert Sherman (ver caixa). E, tal como Mendes, o presidente da Comissão de Viticultura, Manuel Pinheiro, também está animado com os níveis de produção: "Esperamos ter aproximadamente 75 milhões de litros, o que representa um aumento de 15% em relação a 2014. Mais no verde branco e um bocadinho menos no tinto. Esperamos também uma melhor qualidade. O clima ajudou muito. Vai ser um grande ano de vinho verde".

A partir de segunda-feira, grande parte das adegas começa a receber uva dos cerca de 22 mil produtores da Região Demarcada e, segundo Manuel Pinheiro, é de prever que, na semana seguinte, todas estejam em atividade "até ao final de setembro".

Na Adega Cooperativa Regional de Monção, líder das cooperativas no território dos verdes, com uma produção anual de 5,5 milhões de garrafas/ano, a receção da colheita dos seus mais de 1600 cooperantes começará dia 11.

"Se não vier uma chuvada, vai ser um ano fantástico. Esperamos uma colheita de ótima qualidade. As maturações correram muito bem. Do ponto de vista de quantidades, esperamos ter um aumento da ordem dos 25% nos brancos. Os tintos estão mais fracos, vão manter os níveis de produção", preconiza Armando Fontainhas, presidente da adega.

"As nossas empresas são a céu aberto. Se chover durante a vindima, não vai ser tão bom. Mas com as condições que temos, digo que este vai ser um ano excelente para todo o país, seja no Norte, no Douro, Alentejo ou Lisboa. Dentro destes 15 anos que temos de vindimas, este há de ser o melhor", afirma Anselmo Mendes, prevendo, que para o Alvarinho "será mesmo o melhor".

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