quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vinho: Abandono das vinhas e fraca adesão ao regime de reestruturação são problemas da região do Dão

17-05-2011

O «abandono grande» das vinhas e a «dificuldade na adesão» dos
viticultores ao regime de apoio à reestruturação das vinhas foram
problemas apontados hoje pela presidente do Instituto da Vinha e do
Vinho à região do Dão.
Edite Azenha interveio no "Dão Primores", uma iniciativa pioneira
organizada pela Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão que,
durante o dia de ontem, deu a conhecer, em primeira mão, os vinhos da
colheita de 2010 a potenciais clientes e líderes de opinião do sector.

A responsável apelou a uma «maior dinâmica» dos produtores do Dão no
recurso ao regime de apoio à reestruturação das vinhas, mostrando-se
optimista de que esta será «uma região com um futuro promissor».
Aludindo à última colheita, Edite Azenha considerou que «2010 foi, de
facto, um ano que correu bastante bem ao sector» e avançou que, apesar
de alguns receios, no primeiro trimestre deste ano manteve-se um
«crescimento positivo» das exportações.
O presidente da CVR Dão, Arlindo Cunha, mostrou-se convicto de que,
apesar dos problemas do sector, a região conseguirá ultrapassar a
crise. «Tem nome no mercado, tem hipótese de aumentar a sua mais-valia
e, portanto, é uma fileira da economia da região muito tradicional e
muito importante e que nós queremos preservar, reforçar a sua imagem e
o seu valor de mercado. E isso também se faz com actos promocionais
como este», sublinhou.
No "Dão Primores", cerca de 40 produtores estão a dar a conhecer os
seus vinhos, muitos deles ainda antes de chegarem ao mercado, quer aos
clientes, como garrafeiras, restaurantes e superfícies comerciais,
quer à imprensa especializada.
Segundo Arlindo Cunha, alguns vinhos brancos e rosés já estão
engarrafados, mas a maioria dos tintos ainda necessita de tempo de
estágio antes de isso acontecer. «Aqui vieram vinhos da amostra das
cubas. É uma forma de os produtores também apresentarem aos seus
compradores o vinho desta última vindima», explicou, avançando que a
iniciativa é para continuar e, se possível, com cariz internacional.
Os enólogos são unânimes em considerar que 2010 é um ano de «grandes
vinhos» para o Dão.
João Paulo Gouveia explicou como o clima influenciou a colheita,
nomeadamente na recta final, em que o muito calor da segunda quinzena
de Julho levou a um «stress hídrico moderado», que fez com que as
vindimas trabalhassem em «condições mais ou menos óptimas para que
tivessem vinhos de qualidade».
Já o enólogo Manuel Vieira optou por recolher opiniões de produtores
das várias sub-regiões do Dão sobre a colheita de 2010. «Equilíbrio e
frescura dos vinhos», «brancos excepcionais», «melhores brancos dos
últimos anos», «vinhos equilibrados», «qualidade e regularidade» foram
algumas das considerações feitas.
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia33669.aspx

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