Consumo: Portugal e estrangeiro rendidos aos doces
De tomate, morango ou abóbora, as compotas tradicionais do Alentejo e
do Algarve estão a ganhar mercado, não só em Portugal como no
estrangeiros, em países como o Brasil, Alemanha ou Angola. Em 2010, a
produção aumentou 10%.
07 Julho 2011Nº de votos (3) Comentários (0)
Por:Alexandre M. Silva/T.G.
A Oficina de Doces, em Pedrógão do Alentejo, Vidigueira, produziu em
2010 cerca de 105 mil frascos deste doce, mais 10 mil do que em 2009.
A substituição da manteiga pelas compotas e o uso deste doce na
confecção de sobremesas e de entradas são factores que têm contribuído
para o aumento do consumo.
"Há mais pessoas a procurar este tipo de alimento confeccionado de
modo artesanal. No último ano crescemos 10% e em 2011 já recebemos uma
propostas para alargar o nosso mercado a nível interno e externo",
refere Carina Ferreira, coordenadora da equipa da Hortejo, situada em
Luzianes-Gare, Odemira.
Nesta unidade foram produzidas no ano passado 7500 unidades em 18
tipos de compotas. A maioria é consumida pelos portugueses, que cada
vez mais procuram os produtos tradicionais, ajudando as pequenas
unidades a crescer.
A tendência de subida no consumo de compotas verifica-se também na
grande indústria. Os doces da Casa de Mateus, líder de mercado,
tiveram em 2010 uma subida de 2%. Sofia Brazuna, gestora de produto,
refere que a maioria das compotas desta marca é vendida nas grandes
superfícies. "Apenas 5% é exportada para França", frisou.
DISCURSO DIRECTO
"PRODUTO MUITO RICO EM VITAMINAS": Carina Ferreira, Coordenadora da Hortejo
CM – Os portugueses consomem mais compotas?
Carina Ferreira – Sim. Estamos a dar mais valor ao produto nacional.
Temos aumentado as vendas todos os anos.
– Quais as mais-valias do produto?
– A matéria-prima [fruta] que dá origem às compotas é colhida e
transformada no próprio dia. Torna-se depois um produto rico em
vitaminas e antioxidantes, esta última situação no caso dos frutos
vermelhos.
– Quais os projectos futuros?
– A nossa imagem é muito direccionada ao supermercado. Como o produto
está a ter aceitação em lojas gourmet, vamos mudar a imagem. O
lançamento de novas referências é outro objectivo.
QUINTA VENDE 50 MIL FRASCOS POR ANO
A Quinta do Freixo, em Benafim, Loulé, é uma das principais produtoras
de compotas no Algarve, vendendo cerca de 50 mil frascos por ano e com
um volume de negócios que ronda os 500 mil euros.
No entanto, a produção só começou a ser levada a sério há cerca de dez
anos, quando foi projectada a nova fábrica. "Comecei a usar todos os
frutos que tinha em excedente e aproveitei para fazer compotas.
Durante os anos 90, ia às feiras e vendia tudo o que produzia, até que
decidi apostar forte e avançar para a construção de uma fábrica na
quinta", conta Maria da Conceição. As compotas da Quinta do Freixo
estão na sua maioria no circuito gourmet do mercado nacional e não são
vendidas para as grandes superfícies. A razão? A aposta na qualidade
em detrimento da quantidade.
"É um produto feito com muito cuidado – os frutos são lavados à mão um
por um – e tudo é feito através da agricultura biológica, o que se
traduz num paladar único", realça Maria da Conceição.
A exportação, que tem surgido "timidamente", é a próxima aposta da
Quinta do Freixo, nomeadamente em países europeus.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/actualidade/compotas-conquistam-mercado
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