06.07.2011
Helena Geraldes
A empresa Tratolixo, que trata dos resíduos de 877 mil habitantes de
Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra, inaugura hoje a Central de Digestão
Anaeróbica da Abrunheiro, a poucos quilómetros de Mafra, para
transformar 200 mil toneladas de resíduos em energia e adubo para
jardins.
Por ano, os camiões municipais de recolha de lixo vão levar para a
nova central 40 mil toneladas de Resíduos Urbanos Biodegradáveis (RUB)
e 160 mil toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) indiferenciados,
segundo dados da Tratolixo.
Depois de várias etapas de triagem, manual e mecânica, os resíduos são
levados para os três digestores da central, torres com 27 metros de
altura e um volume total de 3700 metros cúbicos. Aqui vai processar-se
a digestão anaeróbica, ou seja, a decomposição orgânica onde as
bactérias anaeróbicas (que sobrevivem na ausência de oxigénio)
conseguem decompor os resíduos orgânicos.
Destas torres digestoras sai substrato que, depois de desidratado
segue para a compostagem, e biogás, captado no topo dos digestores.
Este é enviado para a unidade de cogeração, a partir de onde se produz
a energia eléctrica a introduzir na Rede Eléctrica Nacional, explica a
Tratolixo.
Assim, em vez de ser depositado num aterro, parte do lixo vai produzir
18,3 gigawatts/ano de energia, o suficiente para abastecer 2465
famílias e 20.474 toneladas de composto, utilizado para adubar
jardins. Em 2009, a Tratolixo produziu 14.365 toneladas de composto, a
partir de resíduos provenientes dos concelhos de Cascais, Mafra,
Oeiras e Sintra, o suficiente para adubar 1436 hectares.
A empresa estima que o Ecoparque da Abrunheira/Mafra, que começou a
ser construído em Agosto de 2008 numa área de 30 hectares - onde antes
funcionou um matadouro e que serviu como lixeira -, vai criar mais de
cem novos postos de trabalho.
A Tratolixo é o sistema multimunicipal de tratamento e valorização dos
resíduos produzidos nos concelhos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra e
em 2010 recebeu 478 mil toneladas de resíduos. Até agora a Tratolixo
enviava resíduos para a Valorsul, Amarsul e Valnor.
http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1501636
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