domingo, 3 de julho de 2011

O bom vinho volta a casa

INTERNACIONALIZAÇÃO
por Vera Monteiro01 Julho 2011

Ao Congresso Mundial da Vinha o do Vinho juntou-se a 9.ª assembleia
geral da Organização Internacional da Vinha e do Vinho. Pela Alfândega
do Porto passaram especialistas de mais de 50 países.
"Dai-lhes bons vinhos e eles vos darão boas leis." Vamos partir do
princípio que Montesquieu sabia do que falava, o que torna fundamental
um congresso da vinha e do vinho numa altura de mudança de governo.
Foi isso que aconteceu na semana passada, embora um pouco mais a norte
do Palácio de São Bento. O edifício da Alfândega, no Porto, recebeu a
34.ª edição do Congresso Mundial da Vinha e do Vinho, que regressou a
Portugal 13 anos depois.

Subordinado ao tema "A construção do vinho - uma conspiração do saber
e da arte", o congresso, ao qual se juntou a 9.ª assembleia geral da
Organização Mundial da Vinha e do Vinho (OIV), reuniu mais de 50
especialistas reconhecidos a nível internacional e observadores.
Oportuno no momento em que o País aposta na internacionalização dos
vinhos nacionais com o lançamento da marca Wines of Portugal, o
congresso depositava muitas expectativas em termos de imagem e
prestígio. Expectativas que a organização considera que não foram
defraudadas, apontando as 25 resoluções aprovadas no congresso como
sendo "da maior importância para o sector vinícola, com especial
enfoque nos domínios do desenvolvimento sustentável da indústria, da
saúde pública e da informação ao consumidor".
Para Portugal, são de salientar as alterações ao nível das práticas
enológicas e métodos de análise, tornando os vinhos automaticamente
reconhecidos para efeitos de comércio com países terceiros, que vão
permitir tornar os vinhos portugueses mais competitivos nos mercados
internacionais.
As mais de 700 pessoas que passaram pelo recinto foram convencidas
pela "fama mundial do Porto e dos seus vinhos", afirmou o presidente
da OIV, Yves Bénard, número que demonstra bem o sucesso desta edição.
Para os estrangeiros, "a hospitalidade dos portugueses e a
originalidade do tema proposto acabaram por convencer um vastíssimo
número de participantes a contribuir para a construção de um novo
ponto de encontro incontornável para o mundo da vinha e do vinho".
Também Isabel Marrana, presidente da Associação das Empresas de Vinhos
do Porto e da Associação Um Porto para o Mundo, que incluiu o conjunto
das entidades organizadoras do evento, disse que a iniciativa
representa uma excelente oportunidade para um país que aposta no
reforço das suas exportações.
As honras de abertura do congresso foram confiadas ao recém-galardoado
arquitecto Siza Vieira, que falou sobre "As construções do Vinho", bem
como ao economista Manuel de Novaes Cabral, que apresentou uma
conferência subordinado ao tema "O vinho na construção dos
territórios". O edifício da Alfândega do Porto acolheu grande parte
das conferências, mas houve também visitas às regiões demarcadas do
Douro e dos vinhos verdes.
http://www.dn.pt/bolsa/interior.aspx?content_id=1894191&page=-1

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