terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Emissões de CO2 bateram recorde em 2010

segunda-feira, 5 de Dezembro de 2011 | 13:45
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As emissões globais de dióxido carbónico bateram um recorde histórico
em 2010, crescendo 5,9% em relação ao ano anterior, devido à
recuperação rápida da economia mundial após a crise de 2008/2009,
sobretudo nos países em desenvolvimento.
Segundo um estudo do Centro Internacional de Pesquisa Climática e
Ambiental, em Oslo, o mundo emitiu num único ano 9,1 mil milhões de
toneladas de carbono, ou 32 mil milhões de toneladas de CO2, só na
queima de combustíveis fósseis e produção de cimento.
«Este é o maior crescimento total já registado, e a maior taxa de
crescimento desde 2003», refere o estudo, dizendo ainda que o pico nas
emissões mais do que compensou a queda de 1,4% devido à crise
económica em 2009.

O número tende a não se repetir no próximo ano, mas os autores do
estudo temem que signifique um novo patamar no crescimento anual das
emissões de CO2. Isso deve colocar o mundo ainda mais longe do rumo de
evitar que o aquecimento global neste século ultrapasse a perigosa
barreira dos 2°C em relação à era pré-industrial.
Num artigo no jornal «Nature Climate Change», o grupo de
investigadores liderados por Glen Peters aponta três fatores
principais para a explosão das emissões: o reaquecimento da economia,
maior nos países em desenvolvimento, a retomada das emissões nos
países desenvolvidos, e a reversão da tendência de redução da
intensidade de carbono (ou seja, o total emitido por dólar gerado) no
PIB mundial, vista com a aceleração do setor de serviços a partir dos
anos 1990.
«A crise financeira global foi uma oportunidade de empurrar a economia
para longe de uma trajetória de altas emissões. Os nossos resultados
não dão qualquer indicação de que isso estejaa acontecer», afirma o
grupo.
O comportamento dos países em desenvolvimento foi crucial para isso.
Pacotes de estímulos como o adotado pelo Brasil, aumentando o consumo
de carros e eletrodomésticos, aliados a uma queda no comércio
internacional, fizeram com que o carbono que os países emergentes
emitem para alimentar o próprio consumo (em vez de para alimentar o
dos países ricos via exportações) tivesse um crescimento maior no
hemisfério sul do que no hemisfério Norte pela primeira vez na
história.
Políticas adotadas pelos países ricos (os mais atingidos pela crise)
também contribuíram para a escalada: em vez de iniciar mudanças
estruturais na economia, passaram a aliviar restrições ao consumo de
combustíveis fósseis, como o petróleo extraído das areias betuminosas
do Canadá e exportado para os EUA.
Os pacotes de «estímulo verde» à economia aprovados em vários países
desenvolvidos e em emergentes como a Coreia do Sul ainda não tiveram
efeito nas emissões.
Ministros de 190 países devem decidir esta semana, na conferência do
clima de Durban, África do Sul, se estabelecem um «mapa do caminho»
para um acordo global que force ricos e emergentes a cortar as
respetivas emissões, a ser delineado nos próximos anos.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=546065

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