segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Hortas empresariais crescem em Loures

2011-12-05

É um fenómeno – apontado por muitos como uma moda – que veio para
ficar. As hortas urbanas ganham cada vez mais adeptos de Norte a Sul
do País, e seja para reduzir a factura alimentar, seja por necessidade
de convívio com a natureza e a promoção da eco-sustentabilidade, os
benefícios estão à vista: mediante uma renda, os novos agricultores –
ou hortelãos, como também são chamados - passam a ter um espaço para
cultivar os seus alimentos, e têm também direito a formação.
Só em Outubro, Lisboa teve cerca de 500 pessoas a candidatar-se ao
aluguer de mais de 40 talhões de hortas urbanas em dois novos parques
hortícolas - na Quinta da Granja e no Jardim de Campolide.

Para Jaime Ferreira, presidente da direcção da Agrobio - Associação
Portuguesa de Agricultura Biológica -, a coesão social é outra das
consequências da criação destas hortas, já que são talhões pequenos,
lado a lado com o do vizinho: «Gera-se uma comunidade em que se
estabelecem laços e relações entre as pessoas, vimos isso em Cascais e
Vila Franca», sublinha o responsável.
A economia doméstica também joga aqui um factor fundamental: um talhão
com 20m2 é suficiente – segundo a Agrobio – para alimentar uma família
de três/quatro pessoas durante grande parte do ano. Mas se até agora a
filosofia das hortas era a de auto-consumo, o cenário parece estar
prestes a mudar.
«Estamos a desenvolver uma experiência em Loures com hortas de maiores
dimensões destinadas a pessoas que queiram fazer negócio – hortas
empresariais- que poderão ir vender os seus produtos aos mercados
semanais que a Agrobio vai desenvolver. Todos os produtos vendidos
nestes mercados estão certificados», garante o responsável.
As hortas empresariais já têm terreno atribuído e as candidaturas a
hortelão estão a ser avaliadas. As inscrição são feitas na Câmara de
Loures e para residentes no concelho e a selecção passa pelos
rendimentos, agregado familiar, situação de emprego, entre outros
pontos.
O trabalho da Agrobio passa por sensibilizar as autarquias para a
disponibilização de talhões, sendo que a associação dá formação e faz
o acompanhamento durante um ano. Paralelamente a Agrobio promove uma
dezena de mercados onde é possível vender e comprar produtos
biológicos vindos destas hortas urbanas – Cascais, Carcavelos, Oeiras,
Algés, Amadora, Santos, Loures, Almeirim e Aveiro. Lagos e Coimbra
também têm propostas feitas às respectivas autarquias.
«Tem sobretudo a ver com a crise, as pessoas querem ter espaço para
produzir os seus próprios alimentos. A Alemanha faz isto há anos, é
uma questão estratégica de auto-suficiência alimentar e coesão
social», remata Jaime Ferreira.
Autor / Fonte
Diana Catarino
http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=11394

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