05.12.2011
Ricardo Garcia
Uma plataforma lançada hoje na Internet promete ajudar as empresas de aviação a escolherem o melhor biocombustível para os seus aviões. Mais do que isso, quer dar um empurrão no mercado dos combustíveis renováveis para o sector, que ainda está na fase embrionária.
No site Renewable Jet Fuels, a organização não-governamental Carbon War Room – criada pelo o milionário Richard Branson, dono da companhia aérea Virgin Atlantic – apresenta um ranking dos fabricantes de biocombustíveis com base em três critérios: a sua viabilidade económica, a capacidade de aumentar a escala de produção, e a sustentabilidade do produto em si. Os melhores colocados são os que, na lógica da Carbon War Room, podem oferecer as melhores alternativas aos combustíveis derivados de petróleo.
Fabricantes de aviões e companhias aéreas têm vindo a testar biocombustíveis, como forma de poupar na pesada factura do abastecimento das aeronaves e de reduzir as suas emissões de dióxido de carbono (CO2). Em Julho, a Lufthansa tornou-se a primeira companhia a utilizar uma mistura contendo 50% de biocombustível em voos comerciais, numa experiência ainda em curso com um Airbus A321, na rota Hamburgo-Frankfurt.
Em Outubro, a Air France também realizou uma teste, com combustível feito a partir de óleo de cozinha. No mês passado, foi a vez da Continental Airlines e da Alaska Airlines, nos Estados Unidos.
A questão da sustentabilidade é um dos pontos mais sensíveis do uso de biocombustíveis, sobretudo quando a sua produção envolve a ocupação de grandes áreas agrícolas com culturas "energéticas" dedicadas. A iniciativa da Lufthansa foi por isso recebida negativamente pela organização ambientalista Amigos da Terra, para quem os biocombustíveis "exacerbam a pobreza e a fome, fomentam a posse de terras e a desflorestação, elevam os preços dos alimentos e agravam as alterações climáticas", segundo um comunicado difundido na altura.
Para avaliar a sustentabilidade de um biocombustível, o índice da Carbon War Room mede a redução das emissões de CO2 em comparação com os derivados de petróleo, avalia se as matérias-primas são certificadas ambientalmente, se não há conflitos com a produção de alimentos ou com zonas ricas em biodiversidade, e calcula os consumos de água.
As informações, ambientais e económicas, são obtidas junto das próprias empresas. O resultado é um ranking que, actualmente, coloca a empresa neo-zelandesa Lanzatech no topo da lista, seguida pela SG Biofuels, AltAir, Solazyme e Sapphire.
Além do ranking, a plataforma também oferece informação técnica detalhada sobre os combustíveis renováveis e os seus fabricantes. O objectivo é criar um pólo que atraia companhias aéreas e investidores, de modo a fomentar o sector dos biocombustíveis. "A Carbon War Room viu que havia uma lacuna de informação sobre as opções disponíveis e que havia uma oportunidade para mobilizar as companhias aéreas a se unirem no apoio, atráves do investimento, às soluções mais promissoras", afirma Richard Brnason, num comunicado.
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