quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

FAO: Índice do preço dos alimentos termina 2011 com uma forte descida

12-01-2012

O índice da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação para os preços dos alimentos baixou cerca de 2,4 por cento
desde Novembro.
Esta descida, de acordo com a organização, deve-se à diminuição dos
preços internacionais dos cereais, açúcar e azeite, em resposta às
excepcionais colheitas assinaladas em 2011, assim como a uma quebra da
procura e ao dólar estar mais forte, com repercussões em quase todos
os produtos básicos.
Contudo, embora os preços tenham caído de forma constante na segunda
metade de 2011, a média do índice foi de 228 pontos, a mais alta desde
que a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
(FAO) começou a seguir os preços internacionais dos alimentos, em
1990, sendo que o valor médio anterior mais elevado corresponde a
2008, com 200 pontos.

Em relação aos novos valores, o economista da FAO, Abdolreza
Abbassian, especialista em cereais, assinalou a dificuldade de fazer
prognósticos sobre a evolução dos preços para os próximos meses.
«Os preços internacionais de muitos produtos alimentares básicos
diminuíram nos últimos meses, mas perante a incerteza actual da
economia mundial, nos mercados de câmbio e energia, impede prever o
que possa suceder», indicou o economista.
Entre os principais produtos básicos, os preços dos cereais registaram
a maior redução, e me Dezembro o índice da FAO para os mesmos caiu
cerca de 4,6 por cento, para 218 pontos. As boas colheitas e
perspectivas para um melhor fornecimento fizeram baixar
significativamente os preços destes produtos.
No milho verificou-se uma descida de seis por cento, o trigo de quatro
e para o arroz uma queda de três por cento. Em 2011, o índice da FAO
para as cotações dos cereais avançou com uma média de 247 pontos,
cerca de 35 por cento acima do ano anterior e o mais alto desde a
década de 1970.
Em relação aos óleos e gorduras, a FAO avançou com 227 pontos em
Dezembro, ou seja, uma descida de três pontos percentuais frente a
Novembro, e muito inferior ao nível de 264 pontos assinalado à um ano.
O fornecimento global de óleos vegetais mais abundante que o previsto
aumentou a reserva, sobretudo do óleo de palma e girassol, o que, em
conjunto com a escassa procura de soja, levou a uma descida dos
preços.
Para a carne, a média da FAO avançou com 179 pontos, um valor
ligeiramente abaixo do verificado em Novembro, devido à carne de
porco, cujo preço caiu 2,2 por cento e a de ovino, que também retorceu
um pouco. Pelo contrário, os preços da carne de aves e de bovino
registaram pequenos lucros, com uma média em 2011 16 por cento mais
elevada que os valores de 2010.
Os produtos lácteos não sofreram grandes alterações desde Novembro,
com 202 pontos, sendo que os preços em geral dos mesmos subiram
ligeiramente, á excepção da manteiga, que desceu cerca de um por
cento.
Ao longo do ano os produtos lácteos seguiram a média de 10 por cento
mais caros que em 2010, com aumentos significativos no leite desnatado
em pó, que subiram 17 por cento ao ano. A manteiga e o leite inteiro
em pó apresentaram aumentos mais reduzidos, de 11 por cento, seguidos
pelo queijo, com oito por cento.
Por fim, par ao açúcar, o índice médio da FAO baixou, pelo quinto mês
consecutivo, com 327 pontos em Dezembro, o que mostra uma descida de
quatro por cento desde Novembro e d e18 pontos em relação a Julho de
2011.
A debilidade do índice dos últimos meses deve-se sobretudo ao
excedente previsto para a produção mundial na nova campanha, com boas
colheitas na Índia, União Europeia, Tailândia e Federação Russa.
Fonte: FAO
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia42837.aspx

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