sábado, 14 de janeiro de 2012

Projeto para rentabilização da biomassa de propriedades florestais avança no Algarve e no Alentejo

Forum sobre iniciativa juntou várias entidades regionais


Os responsáveis pelo projecto Proforbiomed, que visa rentabilizar a
biomassa de propriedades florestais localizadas no Algarve e no
Alentejo, reuniram pela primeira vez, na passada terça feira, com as
entidades regionais, na direção regional de Agricultura do Algarve
(DRAAlg).

O Proforbiomed arrancou em março do ano passado, com a criação de seis
grupos de trabalho, que tinham como tarefa avaliar o potencial da
biomassa (como a medição calorífica ou a aplicação na indústria
farmacêutica ou na perfumaria) e a implementação de uma estratégia a
nível local, bem como a implementação de redes de energia
inteligentes, entre outras matérias.

A gestão deste projeto em Portugal está a cargo do Centro de
Investigação em Ciências do Ambiente e Empresariais (CICAE), do
Instituto Superior Dom Afonso III (INUAF), em Loulé, que foi convidado
a participar no projeto europeu a par da ALGAR – Valorização e
Tratamento de resíduos sólidos, SA e da Autoridade Florestal Nacional.

A par de Portugal, o projeto Proforbiomed está a ser desenvolvido
noutros cinco países mediterrânicos (Espanha, França, Itália,
Eslovénia e Grécia).

O fórum Proforbiomed, que juntou no Algarve cerca de 40 pessoas, teve
como objetivo ouvir e convidar as diversas entidades a participar
ativamente neste projeto internacional, que visa aproveitar
subprodutos da serra algarvia para a produção de energia.

Analisar os custos de transporte, uma vez que os produtores de
biomassa não conseguem suportar esses custos, e fazer o levantamento
da biomassa existente na região foram algumas das ideias que
resultaram deste fórum.

Para além da exploração da biomassa existente para a produção de
energia, foi ainda debatida a possível utilização da mesma pela
indústria farmacêutica e perfumaria, podendo este ser um complemento
ao rendimento dos produtores.

"Ficou claro que no Algarve há necessidade de fazer escoar a biomassa
que é produzida. Alguns produtores florestais têm biomassa residual
que querem escoar, sendo que alguns deles já escoaram para outros
países, tendo tido alguns problemas no que concerne ao escoamento de
biomassa de pinheiro, devido à legislação. Percebeu-se que existe
necessidade de acrescentar algum rendimento aos produtores
florestais", explica, em comunicado, Inês Marques Duarte, responsável
deste projeto.

Neste momento, existe apenas um estudo muito geral sobre a biomassa
algarvia e, por isso, Inês Marques considera necessário saber que
tipos de biomassa existem, quais os seus aproveitamentos e que
quantidade se pode extrair por ano.

"As culturas energéticas também estão contempladas neste projecto, uma
vez que para fazer funcionar as grandes centrais de energia tem de ser
utilizada biomassa que não está disponível, sendo complementada com
culturas energéticas e resíduos agrícolas", assegura.

Em Portugal, não há estudos concretos de produtividade, apenas se
conhece os potenciais caloríficos de alguns materiais, "mas não onde
os obter e quais as quantidades disponíveis".

Neste fórum, participaram responsáveis de mais de uma dezena de
entidades regionais. "Foi interessante perceber que as entidades
estavam interessadas em acompanhar o processo e em ajudar na gestão do
projeto", diz Inês Marques Duarte.

Neste momento, a coordenação do projeto está a finalizar a definição
de metodologias, que deverão começar a ser aplicadas em breve. Em
maio, os responsáveis pelo projeto têm a primeira reunião
internacional para a apresentação de resultados.

Redacção DORS
07:52 sexta-feira, 13 janeiro 2012

http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=123812

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