quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Jerónimo Martins quer regressar ao Brasil

Por Agência Lusa, publicado em 18 Jan 2012 - 08:38 | Actualizado há 2
horas 37 minutos
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A Jerónimo Martins está a equacionar o regresso ao mercado
brasileiro, disse hoje Soares dos Santos, explicando que a saída do
grupo do Brasil em 2002 se deveu apenas à falta de capacidade
financeira para suportar a operação.
"Havemos de chegar ao Brasil com tempo", disse hoje Alexandre Soares
dos Santos, presidente da Jerónimo Martins, no discurso de
agradecimento do prémio Excelência na Liderança, da revista Exame.
"A decisão de sair do Brasil não teve que ver com o insucesso da
operação, que estava a funcionar bem. A 'holding' em Portugal é que
não tinha dinheiro para suportar operações em dois países grandes,
Brasil e Polónia", disse o responsável, justificando o falhanço da ida
do grupo para o Brasil no final dos anos de 1990.

"Se tivéssemos ficado no Brasil hoje não éramos nem número um no
Brasil, nem na Polónia", acrescentou o 'chairman' do grupo, avançando
no entanto que é interesse da empresa voltar ao mercado brasileiro,
depois da anunciada incursão na Colômbia e Alemanha.
O responsável destacou ainda que a Jerónimo Martins é atualmente a
81.ª entre as maiores empresas de retalho mundial e a 44.ª se apenas
for tida em conta a venda de produtos alimentares, destacando que isto
acontece apenas com a "presença [do grupo] em dois países", Portugal e
Polónia.
"Os portugueses continuam adormecidos e não estão a perceber o
fenómeno da globalização. Todas as empresas que só operam em Portugal
estão condenadas", afirmou.
Contudo, alertou Soares dos Santos, "só as empresas com um balanço
financeiro muito forte" se podem internacionalizar, já que têm de
estar disponíveis "para perder dinheiro durante oito a dez anos".
Alexandre Soares dos Santos aconselhou ainda os empresários a estarem
disponíveis para adaptar os seus produtos ao gosto dos outros povos,
dando como exemplo o mercado dos vinhos.
O empresário revelou que a Biedronka, unidade polaca da Jerónimo
Martins, já vende sete milhões de litros de vinho português, 27 por
cento do total, e que "só o Mateus Rosé não é preciso adaptar ao gosto
dos polacos".
Na entrega do prémio a Soares dos Santos, o presidente da Impresa,
Francisco Balsemão, elogiou o empresário e a sua sabedoria na
separação de águas "entre o rigor das decisões empresariais e a
atuação da sociedade civil", referindo-se à ida para a Holanda da
'holding' familiar que controla a Jerónimo Martins.
Também presente no evento, o secretário de Estado da Economia, Almeida
Henriques, destacou o exemplo das empresas este ano distinguidas pela
Exame para afirmar que estas são fundamentais para o "retomar da
economia".
Referindo-se ao acordo em concertação social conseguido na última
madrugada, o governante considerou que este é "importante para o País
já que permite alguma paz social para que o Governo possa continuar a
fazer o seu trabalho", sublinhando que o Executivo de Passos Coelho
está a "governar o País há seis meses numa situação de emergência".
http://www.ionline.pt/dinheiro/jeronimo-martins-quer-regressar-ao-brasil-0

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