sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Porto: Mães solteiras e filhos ganham terras em hortas urbanas

quinta-feira, 19 de Janeiro de 2012 | 09:45
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Uma avó e várias mães solteiras do centro histórico do Porto ganharam
pequenos talhões para cultivar hortaliças com a ajuda dos filhos e o
objetivo é produzir legumes biológicos e aprofundar laços de família
através do trabalho agrícola.
"A gente semeia e colhe. No fim do mês vemos os lucros do nosso
sacrifício, que anda à volta de 25 a 30 euros", contabiliza Cândida
Azevedo, 55 anos, que cultiva com a filha Elizabete e o neto Pedro, de
seis anos, favas, nabiça, couve penca, alface, ervilhas, brócolos e
alho francês.

O pedaço de terra, de dois metros quadrados de dimensão, que foi
atribuído a Cândida Azevedo no âmbito do projeto "Porto Verde", uma
parceria entre "Manobras" "Movimento Terra Solta", está a ser uma
experiência gratificante tanto a nível da autossuficiência e economia
caseira, como ao nível da relação emocional com os descendentes.
"Há três meses que não gasto dinheiro em hortaliças", adianta a avó
solteira, que enquanto espera por entrar num curso das Novas
Oportunidades sobre Agricultura Biológica vai confecionando sopas e
esparregados para a família.
Ao talhão de Cândida, junta-se o talhão de Paula Peça e do filho
Pedro, de 10 anos de idade, o talhão de Sónia Gonçalves e das suas
filhas Iara de seis anos e Daniela de 11 e o talhão de Faustina e do
filho Pedro, de 11 anos. O lar de idosos de Centro Social e Paraquial
da Vitória, a creche e a Casa da Amizade dos Sem Abrigo também
receberam terra para cultivar, conta à Lusa Joana Lima, uma das
mentoras do projeto das hortas comunitárias no centro histórico do
Porto.
Aquele conjunto de talhões foi batizado de "Horta da Vitória" e está
localizada num pátio do Centro Social e Paroquial da freguesia da
Vitória, no centro histórico do Porto. Há também a "Horta da Lada, na
freguesia de S. Nicolau, junto às escadas da Lada, onde o terreno
abandonado foi transformado em área de cultivo com sete talhões.
"Este projeto começou por identificar os espaços vazios do centro do
Porto, fossem públicos ou privados, cultivados, abandonados e depois
de decidirmos cultivar os espaços foi definido um perfil e optou-se
por entregar as terras às mães solteiras e aos seus filhos.
"Ajudar a criar uma relação mais afetiva entre mãe/filho, criando
momentos de família e dar alguns meios para a auto-subsistência foi um
dos objetivos principais do projeto", explica Joana Lima, recordando
que muitas das crianças nem sequer tinham tido sequer contacto com a
terra.
O futuro do projeto passa por aumentar a rede se hortas comunitárias.
"Gostávamos que as pessoas produzissem o suficiente para começar a
criar também pequenos mercados e poder escoar o que cultivam.
Diário Digital com Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=13&id_news=554137

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