segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Governo com pagamentos em atraso às associações florestais

O Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território
(MAMAOT), há seis meses que não paga os trabalhos de combate ao
nemátodo às associações florestais da região Centro.
As associações dos distritos de Coimbra e Leiria são as mais afetadas,
tendo em conta que foi aqui que mais trabalhos foram realizados para
tentar estancar a praga do pinheiro.
Deputados do PSD questionam o governo do seu partido sobre esta
problemática que, segundo frisam, está a deixar algumas associações de
produtores florestais numa situação financeira "dramática". A doença
do pinheiro que está a dizimar milhares de hectares de floresta é
considerado pelos especialistas "um problema muito grave".
O anterior Governo avançou com um protocolo com as federações de
produtores florestais para tentar parar a progressão do nemátodo. Este
protocolo tem duração até maio deste ano mas, desde julho de 2011, que
as associações não vêm a cor do dinheiro. Os deputados do PSD eleitos
pelo circulo de Leiria questionaram recentemente o MAMAOT sobre este
problema.

"Constata-se que existem pedidos de reembolso efetuados que estão há
vários meses a aguardar pagamento, não sabendo ainda qual a previsão
de pagamento, pondo mesmo em causa se este protocolo está, ou não,
devidamente cabimentado", questionam os deputados social-democratas,
no texto a que o DIÁRIO AS BEIRAS teve acesso.
Os parlamentares afirmam que este protocolo previa "extrema urgência
na execução do mesmo e foi esse o desafio lançado às próprias
organizações de produtores florestais, dado a doença do nemátodo da
madeira do pinheiro estar a alastrar e a impedir a saída de madeira de
pinho do país, o que coloca seriamente em causa a economia nacional",
no que concerne à exploração florestal e à indústria da madeira.
Frisando em seguida que "o incumprimento do protocolo por parte do
Estado, nos prazos de pagamento acordados, está a levar as
organizações de produtores florestais envolvidas a constrangimentos no
cumprimento das obrigações, provocado pela falta de tesouraria", e em
"situação verdadeiramente dramática, penalizando aquelas que mais
rapidamente colocaram em execução este protocolo".
Em causa ainda segundo os deputados laranja estão o "pagamento das
remunerações aos seus funcionários e a fornecedores" e a terem
"dificuldades em cumprir as obrigações fiscais", para além de "terem
que ser obrigadas a reduzir o pessoal contratado para a execução das
tarefas relacionadas com o cumprimento deste protocolo".
José Vasco Campos, presidente da associação florestal Caule, com sede
no concelho de Tábua, confirma ao DIÁRIO AS BEIRAS que existem atrasos
nos pagamentos que causa dificuldades financeiras àquela entidade.
"Esperamos que o Governo regularize os pagamentos, uma vez que estas
associações geram muito trabalho", sublinha. Considera que o nemátodo
"é um problema muito grave" e, caso não seja estancado, pode mesmo
levar a "um embargo europeu à madeira de pinho".
Também a presidente da Associação de Produtores Florestais de Vila
Nova de Poiares critica a atual situação. "Está a tornar-se
insustentável, uma vez que fizemos todo o trabalho, pagámos aos
trabalhadores e fornecedores e não fomos ressarcidos de nada, até à
data", salienta Madalena Carrito.
http://www.asbeiras.pt/2012/01/governo-com-pagamentos-em-atraso-as-associacoes-florestais/

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