sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

INE / Previsões Agrícolas: Tempo seco afecta pastagens

As previsões agrícolas do INE, em 31 de Janeiro, apontam para novo
mínimo histórico nas superfícies semeadas com cereais de
Outono/Inverno, na sequência das condições climatéricas desfavoráveis
e da ausência de mecanismos de atractividade para a produção destas
culturas.
No que diz respeito à campanha oleícola, prevê-se que se mantenha a
tendência de aumento de produção de azeitona para azeite, que deverá
aproximar-se das 460 mil toneladas.
O tempo seco e frio tem prejudicado o desenvolvimento de algumas
culturas, nomeadamente das pastagens e culturas forrageiras. A
persistência destas condições meteorológicas irá afectar também os
cereais de Outono/Inverno.




O mês de Janeiro caracterizou-se pela continuação do tempo seco e
frio, com a prolongada ausência de precipitação significativa a
agravar a situação de seca meteorológica em todo o território
continental. Os acentuados arrefecimentos nocturnos conduziram à
formação de geada e de nevoeiros matinais, por vezes persistentes ao
longo de toda a manhã.
Estas condições do estado do tempo têm vindo a permitir a realização
das tarefas mais frequentes para a época, designadamente por
possibilitarem o fácil acesso aos terrenos, quer de máquinas quer de
mão-de-obra. Contudo, influenciaram negativamente o desenvolvimento
das culturas, comprometendo em particular a produção de matéria verde
nos prados, pastagens e culturas forrageiras. O aspecto vegetativo
destas culturas é fraco, não garantindo a satisfação plena das
necessidades alimentares dos efectivos. Observa-se, assim, um aumento
gradual do consumo de palhas, fenos, silagens e de rações industriais.
Os cereais de Outono/Inverno apresentam um aspecto vegetativo regular,
principalmente nas searas instaladas mais cedo, que germinaram bem e
desenvolveram-se normalmente até ao aparecimento das primeiras geadas.
Neste momento, a continuação do tempo seco começa a levantar
justificadas preocupações junto dos produtores, uma vez que os baixos
teores de humidade do solo, para além de contribuírem para o aumento
do stress hídrico, impedem que as adubações de cobertura possam ser
efectuadas com eficácia.
Decréscimo nas áreas dos cereais de Outono/Inverno
Os efeitos prejudiciais da seca meteorológica também se fizeram sentir
directamente nas superfícies destinadas às sementeiras dos cereais de
Outono/Inverno. O período óptimo, em termos de teores de humidade do
solo, para preparar os terrenos e semear estas culturas foi, este ano
agrícola, bastante curto.
As sementeiras efectuadas a partir dos finais de Dezembro, já em
défice de humidade, germinaram de forma irregular, havendo alguns
produtores que optaram mesmo por não semear ou não concluir as
sementeiras entretanto iniciadas. Este factor, aliado à baixa
atractividade dos preços que têm sido pagos à produção, contribuiu
para a diminuição das áreas cultivadas de cereais praganosos, face a
2011, com reduções de 10% na cevada e de 5% nos trigos e no triticale.
No centeio a superfície semeada deverá rondar os 21 mil hectares,
valor semelhante ao registado na campanha anterior.
Azeitona para azeite com boa campanha
A produtividade de azeitona para azeite na Região do Alentejo foi
bastante superior à do ano anterior, tendo compensado, em termos
nacionais, as quebras registadas noutras regiões.
No interior Norte e Centro registaram-se quebras de produção de
azeitona para azeite, em resultado das condições climatéricas adversas
(geada por altura da floração, falta de precipitação em Setembro e
Outubro e ventos muito fortes em Novembro) e de problemas
fitossanitários (ataques de mosca da fruta).
No cômputo geral o saldo foi positivo, prevendo-se, face à campanha
anterior, um aumento de 5% na produção de azeitona para azeite, que
deverá rondar as 457 mil toneladas.
Em termos qualitativos, o panorama geral é de que nesta campanha
oleícola se venham a produzir azeites de qualidade superior, apesar do
registo de avaliações menos positivas a alguns parâmetros qualitativos
dos azeites produzidos nas regiões mais afectadas pelos problemas
sanitários.
A funda (rendimento de azeite por quantidade de azeitona) foi inferior
à do ano anterior.
Climatologia em Janeiro de 2012
A escassa precipitação está a ter reflexos no teor de humidade do
solo, segundo o Instituto de Meteorologia.
No final do mês de Janeiro, a percentagem de água no solo, em relação
à capacidade de água utilizável, era inferior a 70% em quase todo o
território, ficando mesmo abaixo dos 60% a sul da bacia do Tejo,
valores muito aquém do normal para a época.
Fonte: INE http://www.ine.pt/ngt_server/attachfileu.jsp?look_parentBoui=135350059&att_display=n&att_download=y
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/02/17e.htm

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