quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Bombeiros sem dinheiro para combater actuais fogos florestais

Por Agência Lusa, publicado em 15 Fev 2012 - 14:57 | Actualizado há 6
horas 49 minutos
A Liga dos Bombeiros Portugueses revelou hoje que muitas corporações
de bombeiros estão sem dinheiro para responder aos atuais incêndios
florestais, alertando para a possibilidade de os carros deixarem de
combater os fogos por falta de verba para combustível.
Nas últimas semanas, algumas zonas do país foram fustigadas por
incêndios florestais, situação que é anormal para esta época de
inverno e, como o dispositivo de combate aos fogos ainda não está
funcionar, são as corporações dos bombeiros que têm que suportar as
despesas, nomeadamente de combustível e com viaturas.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta
Soares, disse à agência Lusa que, nesta altura do ano, "não há
qualquer tipo de financiamento" para as despesas com os incêndios
florestais, que trazem "custos acrescidos às corporações de
bombeiros", que já estão com problemas financeiros devido aos cortes
no transporte em ambulâncias de doentes não urgentes.
"Se não houver qualquer tipo de apoio financeiro não haverá capacidade
financeira para responder aos incêndios", sublinhou, acrescentando que
a qualquer momento "pode não haver dinheiro para as viaturas de
combate a incêndio saírem dos quartéis".
Nesse sentido, a LBP apela ao Governo para que os bombeiros sejam
ressarcidos de todas as despesas efetuadas no combate aos incêndios
das últimas semanas.
A LBP vai pedir a todas as federações distritais de bombeiros que
analisem os custos das corporações para que seja feito um pedido de
financiamento à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).
Segundo a ANPC, desde o início do ano deflagraram mais de 1.700
incêndios florestais, que são sobretudo fogos de pequena dimensão e
ocorrem em matos, estando na sua origem principalmente as queimadas.
Explicando o motivo dos fogos nesta época de inverno, Miguel Cruz,
adjunto de operações nacionais da ANPC, disse à Lusa que nos dois
primeiros meses deste ano houve uma completa ausência de precipitação
o que provoca elevados níveis de secura, contribuindo para as
condições de propagação de incêndios.
O relatório dos incêndios florestais do ano passado refere que, em
janeiro e fevereiro de 2011, meses em que se registou precipitação,
deflagraram 592 fogos, concluindo-se que este ano os fogos quase que
triplicaram.
Só no último fim-de-semana o número de ignições foi quase semelhante
às registadas em fevereiro de 2011 (380) e apenas na segunda-feira
ocorreram 215.
http://www.ionline.pt/portugal/bombeiros-sem-dinheiro-combater-actuais-fogos-florestais

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