quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Presidente da CAP critica em Beja "injustiças" da proposta da PAC 2014-2020

Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2012
A "maior injustiça" da proposta da Comissão Europeia para a nova
Política Agrícola Comum (PAC) é o facto de não dividir as ajudas de
forma igual por todos, prejudicando os agricultores portugueses,
criticou esta terça-feira, 14, em Beja, o presidente da CAP.
"Talvez a maior desvantagem é que é uma proposta que ainda não
equilibra os agricultores portugueses com os outros [agricultores]
europeus, isto é, não divide as ajudas iguais por todos os
agricultores", frisou João Machado.
O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP)
falava à Agência Lusa à margem de um encontro em Beja sobre a "PAC
Pós-2013".

Esta foi a primeira sessão integrada numa "volta ao país" por parte
da CAP para esclarecer os agricultores sobre a proposta da Comissão
Europeia para a reforma da PAC, que vai vigorar de 2014 a 2020.
O presidente da CAP referiu à Lusa que esta proposta, que "está
neste momento a ser objecto de um parecer do Parlamento Europeu" e que
estará em negociações até "meados de 2013", implica "vantagens e
desvantagens para os agricultores portugueses".
No que respeita à distribuição das ajudas comunitárias, João
Machado reconheceu que o documento em análise procura atingir "algum
reequilíbrio" entre os agricultores dos vários Estados-membros, mas
este "ainda é ténue".
"Portanto, aqueles que recebiam mais vão continuar a receber mais e
aqueles que recebiam menos, tal como Portugal e outros países, vão
continuar a receber menos. É talvez a maior injustiça desta proposta",
argumentou.
A CAP realça que "há vários outros pormenores" da proposta, que "é
muito detalhada, tem sete regulamentos e cerca de mil páginas", com os
quais "não concorda", mas que esta é a altura para debater o documento
e recolher contributos dos agricultores.
"Estamos a explicar o que esta proposta preliminar da Comissão
Europeia e a recolher opiniões para, depois, irmos formando a nossa
posição", disse.
Segundo João Machado, além deste périplo com sessões com os
agricultores, a CAP ainda tenciona realizar "uma segunda volta pelo
país, em Outubro", prevendo apresentar, "no final do ano", a sua
proposta sobre a nova PAC, "para ser negociada com o Governo português
e com o Parlamento Europeu e os deputados portugueses na Europa".
O mesmo responsável explicou que, neste momento, "ainda não se sabe
qual vai ser o orçamento" da futura PAC, mas as perspectivas não são
positivas.
"O que sabemos é que, na melhor das hipóteses, o orçamento será
igual [ao da actual PAC]. Mas tudo indica que será menor, o que quer
dizer que se Portugal conseguir melhorar as suas dotações orçamentais
será uma vitória", frisou.
http://correioalentejo.com/?diaria=6714

Sem comentários:

Enviar um comentário