quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Agricultores pedem apoios para batata queimada pela geada

Os agricultores da localidade Ferrel, no concelho de Peniche, vão
pedir apoios ao Governo, depois de a geada do último fim-de-semana ter
destruído toda a plantação de batata da freguesia.
12:01 Quarta feira, 15 de fevereiro de 2012
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Os agricultores da localidade Ferrel, no concelho de Peniche, vão
pedir apoios ao Governo, depois de a geada do último fim-de-semana ter
destruído toda a plantação de batata da freguesia.
"Estamos a fazer um levantamento dos prejuízos e já solicitámos a
intervenção da Direção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste
porque toda a produção de batata da freguesia está completamente
destruída", disse à Lusa Silvino João, presidente da Junta de
Freguesia de Ferrel.

O pedido de apoio dos agricultores, surge depois de "a geada negra
[que queima a vegetação devido ao frio intenso e congelamento da água
no interior das suas células] que caiu na noite de domingo e
segunda-feira, ter queimado vários hectares de batata primor".
A batata primor é uma qualidade de batata plantada antes da época e
cuja produção se restringe, segundo o autarca, "praticamente à
freguesia de Ferrel, Gafanha da Nazaré e Montijo, onde a proximidade
do mar, impede normalmente a queda deste tipo de geada".
As 150 toneladas de batata plantadas deveriam, segundo os
agricultores, resultar, nos próximos meses de março e abril, numa
colheita estimada de quatro vezes o seu peso (cerca de 600 toneladas).
A produção habitualmente escoada através do MARL (Mercado Abastecedor
da Região de Lisboa) e de algumas empresas de transformação de
hortícolas, "este ano vai ser zero", assegura José Oliveira, de 62
anos.
O agricultor, que em conjunto com o filho, Artur (38 anos) plantou
12,5 toneladas de batata e que estimava vir a colher cerca de 200,
mostrou à Lusa o "cenário de destruição" que se estende por todas as
parcelas de terreno.
Plantas queimadas ou apenas terra lavrada nas parcelas onde "a geada
não deixou sequer a planta florescer", é o cenário que se repete nas
terras de José Marques, onde as 7,5 toneladas plantadas "foram todas à
vida".
A destruição da colheita afeta igualmente muitos pequenos produtores e
agricultores de subsistência na freguesia que se dedica integralmente
à cultura da batata, couve coração e alho francês.
"A couve é plantada noutra época e, nesta altura, há algum alho, mas
pouco, já que a maioria dos agricultores está vocacionado para a
batata", explica Bruno Agostinho, um jovem agricultor que viu
destruídas as quase duas toneladas plantadas.
Os agricultores que estão ainda a apurar o valor exato dos prejuízos,
pediram a ajuda da Junta de Freguesia que reportou a situação ao
deputado do CDS, Manuel Isaac, "no sentido se sensibilizar o
ministério da agricultura para esta calamidade e para desencadear
apoio aos agricultores".
Os agricultores temem ainda que, para além dos prejuízos, possam "vir
a ser penalizados pelas finanças, uma vez que temos as faturas de
compra das sementes, mas depois não teremos da venda, e podemos ser
acusados de não estar a declarar esses valores", explicam.
http://aeiou.expresso.pt/agricultores-pedem-apoios-para-batata-queimada-pela-geada=f704545#ixzz1mTE5YI72

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