quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

VIII Congresso do Milho

por Isabel Martins
15 de Fevereiro - 2012
Mais de 600 produtores de milho estiveram reunidos em Lisboa no VIII
Congresso do Milho, promovido pela associação dos produtores de milho
e sorgo, Anpromis. Com a presença de técnicos e personalidades do
setor nacionais e internacionais, foram debatidos os principais
desafios e oportunidades para a cultura, num ano de fortes
expectativas para os produtores.

Luís Vasconcellos e Souza, presidente da Anpromis, referiu que o milho
se afigura como "a única cultura capaz de, em extensão, vir a ocupar
uma parte significativa da área que poderá vir a ser disponibilizada
pelas infraestruturas decorrentes do projeto Alqueva". "Com o
potencial surgimento de cerca de 70 mil hectares de regadio no
Alqueva, Portugal poderá vir a atingir a sua autossuficiência em milho
contrariando assim os elevados índices de importações que se encontram
na ordem de um milhão de toneladas" acrescenta.

A aposta na cultura de regadio foi ainda partilhada por José Filipe
Guerreiro Santos da EDIA que reconheceu que "o milho desempenha um
papel absolutamente vital na ocupação do regadio privado e público".
Do lado da produção esteve António Parreira, agricultor e presidente
da Associação de beneficiários do Roxo, que apelou a uma maior
motivação, referindo ser importante a criação de infraestruturas de
comercialização e organização no setor da água e do regadio de modo a
criar uma conjuntura atrativa ao investimento e a disponibilização de
programas que permitam dinamizar o regadio ou transformar o sequeiro
em regadio.
Quando questionada sobre qual a melhor forma de encarar o futuro de um
país, a consultora da FAO, Ann Berg, tendo em conta o caso particular
de Portugal, afirmou que "o investimento no regadio e na produtividade
tem retorno".
A organização já divulgou as principais conclusões dois dias de
jornadas de trabalho, onde se destaca "o elevado potencial económico
desta cultura para o nosso país e para a economia nacional"; a
evidência de "que a cultura do milho é aquela que em extensão, e para
as condições médias do nosso país, se encontra mais bem adaptada"; a
necessidade da "defesa intransigente do regadio ao longo do próximo
quadro comunitário"; "Os interesses dos produtores nacionais de milho
têm que ser devidamente acautelados ao longo de todos os processos
negociais que se avizinham, quer no que diz respeito ao rendimento dos
produtores, quer no que diz respeito aos acordos comerciais e à
revisão da Política Agrícola Comum". Os produtores pedem ainda que
sejam definidas Políticas Públicas que viabilizem a implementação
desta cultura em novas áreas de regadio que venham a ser
disponibilizadas. Finalmente, "A consolidação da concentração da
oferta e da consequente capacidade comercial das Organizações de
Produtores de Milho deve ser uma prioridade política urgente".
http://www.vidarural.pt/news.aspx?menuid=8&eid=6198&bl=1

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