sábado, 17 de março de 2012

Ministério da Agricultura estima quebra significativa na produção de citrinos

Seca/Algarve:

Os pomares de citrinos no Algarve foram muito afetados pelas geadas e
estima-se uma quebra de produção significativa "ainda não totalmente
quantificável", segundo um documento divulgado pelo Ministério da
Agricultura.
Com base em dados meteorológicos e hidrológicos até 29 de fevereiro, o
segundo relatório do grupo de acompanhamento e avaliação dos impactos
da seca 2012 indica que a quebra de produção deverá acontecer
sobretudo nas variedades de meia estação e tardias.
Nesta região, a hipótese de haver prados e pastagens de sequeiro é "diminuta".
Nas explorações com mais animais, os produtores algarvios recorreram
aos consumos de palhas e de fenos armazenados ou comprados e a rações
industriais.

Os produtores compravam palha do Alentejo com preços entre 2,5 e três
euros por um fardo de 18 quilos. Mais recentemente, o valor atingiu os
3,5 euros por fardo e há a tendência para a subida de preços.
"São muitos os produtores que manifestam intenção de vender os animais
para fazer face aos custos acrescidos" e que desistiram de aumentar o
preço dos animais este ano, lê-se.
Em relação à campanha anterior dos cereais de outono/inverno,
regista-se um aumento das áreas de sementeira de aveia de 5% no
barlavento e 10% no centro e a manutenção das áreas no sotavento.
Também há subida das áreas semeadas de trigo mole em 10% e de 5% no
triticale, enquanto na cevada se estima aumentos de 5% no barlavento e
10% no centro e sotavento.
"Os cereais semeados mais tardiamente, nalguns casos não germinaram,
noutros acabaram por ter fraca germinação", segundo o relatório.
A produção deste ano de alfarrobas pode estar comprometida
principalmente em zonas que registaram temperaturas mínimas negativas
muito baixas. Na área hortícola, a geada causou prejuízos nas culturas
da fava, ervilha e batata.
"Estima-se prejuízos em cerca de 50% da área das estufas"
principalmente nos concelhos de Faro e Olhão.
De uma forma geral, os prejuízos são "avultados" em estufas de tomate,
pimento, pepino, feijão e melão devido à geada negra.
Os dados do final de fevereiro que serviram de base ao relatório do
Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território
indicam que àquela data 68% do território continental estava em seca
severa e 32% em seca extrema.
Entretanto, o Instituto de Meteorologia divulgou hoje o boletim
quinzenal, referente ao ponto de situação a 15 de março, dando conta
de que a seca extrema já atinge 53% do território continental,
enquanto os restantes 47% estão em situação de seca severa.
O índice utilizado para medir a dimensão da seca tem nove níveis, que
variam entre chuva extrema e seca extrema. Antes da seca extrema há a
severa, a moderada e a fraca.
http://www.regiaosul.pt/noticia.php?refnoticia=125800

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