sábado, 17 de março de 2012

Seca: Sementeiras da Primavera estão em risco

Relatório do Governo
A seca está a esgotar as reservas de palha no Norte, a captura de
lampreia está condicionada no rio Minho e, se as temperaturas
aumentarem, podem não ser efectuadas as sementeiras primaveris na
região, segundo o Ministério da Agricultura.
16 Março 2012Nº de votos (0) Comentários (0)
Os dados do segundo relatório do grupo de trabalho de acompanhamento e
avaliação dos impactos da seca em 2012, esta sexta-feira divulgado
pela tutela, reportam-se a informação meteorológica e hidrológica de
29 de Fevereiro e a avaliações feitas na segunda quinzena desse mês.
No diagnóstico da zona Norte, o documento indica a falta de água no
solo, o excesso de frio e as fortes geadas para explicar os
condicionamentos do desenvolvimento dos prados e pastagens, ferrãs e
dos cereais de outono/inverno.

"Em algumas zonas, as batatas temporãs ainda não foram plantadas e na
actividade pecuária está a verificar-se o esgotamento das reservas de
alimentos grosseiros (fenos, palhas e silagens) para os animais",
lê-se.
Segundo o relatório, o volume nas reservas hídricas, inferior aos do
ano passado, começa a "levantar grandes preocupações quanto às
disponibilidades de água para a rega".
Se as temperaturas "começarem a subir, podem surgir situações em que
os agricultores não vão arriscar efectuar as sementeiras de
primavera".
A estimativa do aumento do consumo de alimentos grosseiros situa-se
entre os 30% e os 50% em comparação com um ano normal e poderá haver
uma subida entre 20% a 30% na compra de rações industriais.
Os preços dos fardos de palha e feno aumentaram cerca de 30%, indica o
grupo de trabalho na caracterização da situação na região Norte.
Caso a chuva continue a faltar nas "próximas semanas, as searas (de
outono/inverno) estarão irremediavelmente perdidas".
O relatório indica que os citrinos estão afectados na quantidade e na
qualidade, a floração das amendoeiras está atrasada e as quebras de
produção nomeadamente na batata primor, no feijão e nas couves pode
oscilar entre 20% a 40%.
O grupo de trabalho nota ainda que a diminuição do caudal no rio Minho
está a condicionar a captura de lampreia.
Os dados do final de Fevereiro que serviram de base ao relatório do
Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território
indicam que àquela data 68% do território continental estava em seca
severa e 32% em seca extrema.
Entretanto, o Instituto de Meteorologia divulgou esta sexta-feira o
boletim quinzenal, referente ao ponto de situação a 15 de Março, dando
conta de que a seca extrema já atinge 53% do território continental,
enquanto os restantes 47% estão em situação de seca severa.
O índice utilizado para medir a dimensão da seca tem nove níveis, que
variam entre chuva extrema e seca extrema. Antes da seca extrema há a
severa, a moderada e a fraca.
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=FD5CB1DA-3830-4C43-BD67-1CA1994E69F1&channelID=00000010-0000-0000-0000-000000000010

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