domingo, 28 de outubro de 2012

Africanos pedem fundos para a segunda maior floresta tropical do mundo

22.10.2012
AFP, PÚBLICO

Os dez países da Bacia do Congo que partilham a segunda maior floresta
tropical do mundo pedem dois mil milhões de dólares (cerca de 1500
milhões de euros) para a protecção das florestas e contra os gases com
efeito de estufa.

A Bacia do Congo conta com dez países: Angola, Congo, República
Democrática do Congo, Burundi, Camarões, República Centro-Africana,
Guiné Equatorial, Gabão, Ruanda e Chade. No total, estes países têm
uma superfície florestal de 220 milhões de hectares.

Reunidos neste domingo em Brazzaville, capital do Congo, na 13ª
reunião do comité dos Fundos de Parceria para o Carbono Florestal,
endereçaram este pedido de financiamento aos Estados Unidos, Canadá,
União Europeia e a instituições como o Banco Mundial e a União Mundial
para a Conservação da Natureza (UICN), disse o ministro congolês da
Economia florestal, Henri Djombo.

Os 150 participantes lembram que não esperaram pelos fundos previstos
pelo REDD – sigla pelo qual é conhecido o sistema de incentivo de
redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) associadas à
desflorestação e à degradação das florestas – e avançaram com
iniciativas próprias que "conseguiram reduzir e limitar a
desflorestação, a degradação florestal, as emissões de gases com
efeito de estufa e aumentar a capacidade de sequestro de carbono e o
armazenamento de carbono florestal", afirmou o ministro Henri Djombo.

Agora esperam "os recursos financeiros consequentes para apoiar os
esforços de gestão sustentável dos ecossistemas florestais (...) e
lutar contra a pobreza", acrescentou o mesmo governante.

Mas o Banco Mundial tem opinião diferente. Para o director de
operações da instituição no Congo, Eustache Ouayoro, os países daquela
região devem contar com os próprios recursos porque "o desenvolvimento
diz respeito, antes de mais, às próprias populações". "Todos os países
têm recursos. Os financiamentos do exterior devem ser um complemento",
insistiu.

Actualmente, a Bacia do Congo regista uma taxa de desflorestação
inferior a 0,2%, ou seja, uma das mais baixas da cintura tropical,
segundo o Banco Mundial.

Apenas a Noruega e a Grã-Bretanha disponibilizaram 150.000 dólares
(cerca de 115.000 euros) que estão no Banco Africano do
Desenvolvimento, de acordo com a comissão das florestas da África
Central (Comifac).

Na mesma cidade de Brazzaville vai realizar-se, a 26 e 27 deste mês, a
9.ª reunião do programa REDD.

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1568272

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