sábado, 3 de novembro de 2012

Castanhas. Há cada vez mais jovens a apostar na produção, diz especialista

Por Agência Lusa, publicado em 2 Nov 2012 - 15:05 | Actualizado há 1 dia 4 horas


O investigador da Universidade de Vila Real José Gomes Laranjo afirmou
hoje que há cada vez mais jovens interessados em apostar na produção
de castanha, alguns dos quais desempregados que querem rentabilizar os
terrenos de família.

O especialista integra a rede nacional da fileira da castanha –
RefCast – que quer aumentar a área de produção e incentivar o consumo
no país.

"Em consequência deste trabalho da rede, em que se pôs a castanha na
ordem do dia, há muita gente a lembrar-se dela na hora de investir",
afirmou à agência Lusa.

José Gomes Laranjo referiu que alguns dos novos investidores pertencem
à segunda geração, ou seja, filhos de proprietários de terrenos que
migraram para as cidades e que, agora, estão a querer voltar à terra.

É o que está a acontecer com Vítor Sousa, de 36 anos, que reside no
Porto e trabalha na área do desporto.

Com terrenos de família em Carrazedo de Montenegro, Valpaços, este
empreendedor quer fazer novas plantações e também investir na compra
de soutos já formados.

Por enquanto, será uma atividade paralela, mas a ideia é que se
transforme na sua atividade principal.

O objetivo é também apostar no mercado externo, porque "lá fora este
produto é muito mais valorizado" do que em Portugal, onde, por
exemplo, só se come este fruto nesta época.

Esta aposta na castanha surge devido às ligações familiares, mas
também por uma questão de afetividade.

Carlos Ramos, responsável por um viveiro em Vila Real, disse à Lusa
que nos últimos três anos tem praticamente esgotado a produção de
castanheiros.

"Há muita procura por esta árvore. Nos últimos anos não temos
conseguido satisfazer os pedidos feitos pelos clientes. Este ano vamos
ter uma produção maior, mas já temos também muitas encomendas em
carteira", salientou.

O viveiro Serviruri tem vendido por ano cerca de 10 mil plantas de
híbridos, plantas resistentes à doença da tinta que afeta os soutos.

Este ano, Carlos Ramos prevê que a produção possa atingir as 12 mil plantas.

O responsável referiu que as vendas estão a ser feitas essencialmente
para a zona do Marvão, Minho e Trás-os-Montes.

José Gomes Laranja considerou que a castanha é uma "janela de
oportunidades" para as zonas de rurais e de montanha.

Segundo o responsável, neste momento a RefCast está em processo de
formalização, para poder, entre outras coisas, concorrer a fundos
comunitários.

Esta rede é também a representante portuguesa na Comissão Europeia da
Castanha, com sede em França, e que, segundo responsável, vai
desempenhar um papel importante na negociação de apoios para o setor
na Política Agrícola Comum (PAC) para 2020.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado
pela agência Lusa

http://www.ionline.pt/boas-noticias/castanhas-ha-cada-vez-mais-jovens-apostar-na-producao-diz-especialista

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