segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Pêra-rocha do Oeste ‘apaixona’

Primeiro Emprego


É o maior exportador português de pêra-rocha para o Brasil e entrega
nos seus portos marítimos 95 por
cento da produção. No ano passado, os 300 hectares de pomares
atingiram um recorde de 16 mil toneladas

27 Outubro 2012
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Por:Isabel Jordão

A pêra-rocha criada nos pomares de João Alves e dos outros produtores
associados é acarinhada desde a floração até à apanha do fruto. E essa
'paixão' acompanha o processo de comercialização, a cargo da empresa
LusoPêra, que entrega no Brasil 95 por cento da produção, levando os
brasileiros a apaixonar-se por este fruto nacional de características
únicas, colhido apenas na região Oeste.

"Nós produzimos pêra-rocha com paixão", diz Jorge Alves, 53 anos,
director geral da LusoPêra, com sede no Sobreiral, Bombarral, a quem
os olhos brilham cada vez que fala dos seus pomares, onde vai todos os
dias. "Nós damos o maior valor à produção, porque são os produtores
que têm o trabalho mais duro", salienta com orgulho.

A LusoPêra é uma empresa dedicada à exportação de pêra--rocha e foi
criada em 2001, no universo CPF - Centro de Produção e Comercialização
Hortofrutícola, constituído por 10 produtores associados, com uma área
de cultivo de 300 hectares. No ano passado, a produção atingiu as 16
mil toneladas, 95 por cento da qual foi exportada para o Brasil, onde
a pêra-rocha é muito apreciada.

"Estamos no Brasil há muitos anos - temos lá um escritório com
colaboradores locais -, primeiro era só em S. Paulo mas agora enviamos
a nossa fruta para seis portos marítimos brasileiros, do Suape ao Rio
Grande do Sul, e somos o maior exportador português de pêra-rocha
naquele país", explica o director geral da LusoPêra.

Todas as semanas partem com destino ao Brasil 15 a 20 contentores
frigoríficos, cada um com 21 toneladas de pêra-rocha, que chega ao
destino ao fim de duas semanas de viagem.

A via marítima é a mais adequada para o transporte, razão pela qual a
prolongada greve dos estivadores dos portos marítimos portugueses está
a causar "prejuízos brutais na exportação", diz João Alves, adiantando
que a empresa está "obrigada a ir carregar a Espanha", o que encarece
o transporte. Além disso, "a fruta falta no mercado, o que abre
caminho a empresas de outros países".

O empresário defende uma intervenção do Governo para ultrapassar o
problema e pede "bom senso" aos envolvidos.

A pêra-rocha é comercializada no Brasil com quatro marcas, consoante a
selecção: Aurora, Sabor, Carmen e Pyrus. A exportação para este país
começou com o chamado 'mercado da saudade', constituído por
emigrantes, e depois foi chegando aos outros consumidores e hoje em
dia a fruta é muito conhecida e apreciada entre os brasileiros.

O próximo passo vai ser a exportação para o mercado asiático, o que
deverá acontecer a médio prazo: "Estamos a falar de um mercado com
muitos consumidores e com poder de compra, o que o torna
interessante".

A campanha de 2011/2012 foi recorde, ultrapassando todas as previsões,
mas esta última colheita, que decorreu no mês de Agosto, teve uma
quebra significativa, na ordem dos 50 por cento, o que ficou a
dever-se sobretudo a factores climáticos.

"Tivemos uma Primavera difícil, com pouco calor e diferenças térmicas
muito elevadas entre o dia e a noite, o que prejudicou a floração e os
vingamentos acabaram por cair", explica o produtor e empresário.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/pera-rocha-do-oeste-apaixona

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