sábado, 3 de novembro de 2012

Produção nacional de castanhas não satisfaz encomendas do mercado internacional

Por Agência Lusa, publicado em 2 Nov 2012 - 13:54 | Actualizado há 17
horas 26 minutos

Portugal exportou 7.3 mil toneladas de castanha em 2011, que renderam
17.4 milhões de euros, mas a produção nacional é insuficiente para
satisfazer as encomendas do mercado internacional, disse hoje um
investigador da universidade de Vila Real.

É considerada o petróleo ou o ouro da montanha e a verdade é que a
procura de castanha tem aumentado.

O investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)
José Gomes Laranjo afirmou à agência Lusa que a produção nacional não
chega para responder à procura do mercado externo.

Segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Estatística (INE), em
2011, Portugal exportou 7.3 mil toneladas de castanha,
maioritariamente para países como França, Espanha, Brasil e Itália,
entre um total de 33 países.

Entre janeiro e agosto deste ano, foram exportadas 2.8 toneladas por
6.7 milhões de euros.

A produção nacional caiu no ano passado, o que se refletiu também nas
vendas para o exterior.

Este ano, segundo o responsável, também se prevê menos castanha do que
a média de um ano normal, mas, garantiu, de qualidade.

"Num ano normal, a exportação andará à volta das 10 mil toneladas", frisou.

José Gomes Laranjo integra a rede nacional da fileira da castanha –
RefCast – que há três anos defende um aumento da área de produção e
quer incentivar o consumo no país.

O especialista defende que Portugal precisava de produzir mais
castanha do que aquela que produz, pois este fruto "está a ser muito
valorizado" e a "sofrer uma forte pressão pelos mercados externos".

"Esta pressão acontece porque há mercados externos que estão a falhar.
A Itália está com enormes problemas na produção de castanha. A França
não tem a castanha que serve à indústria e Portugal tem, porque
continuou a apostar nas variedades nacionais", salientou.

Também Filipe Pereira, técnico da Associação Regional dos Agricultores
das Terras de Montenegro (ARATM), afirmou que este fruto "não para em
casa dos agricultores".

"É bom sinal. Não há agricultores a queixarem-se de que não há
compradores, ao contrário do que acontece com outros produtos
agrícolas", acrescentou

Após uma fase de evidente decréscimo, que se fez sentir desde os anos
50 do século 20, assistiu-se, desde o início da década de 90, a um
ressurgimento da importância da castanha, visível tanto no aumento da
produção atingidos como na área de souto plantada.

Segundo dados do INE, a área de souto plantada em Portugal ronda os
34.6 mil hectares, quando há dez anos era de 30 mil hectares.
Atualmente a produtividade média é de 527 quilos por hectare, menor do
que há uma década, que era de 904 quilos por hectare.

Trás-os-Montes concentra a maior parte da área de souto,
designadamente 29.681 hectares, segundo dados referentes a 2011,
seguido da Beira Interior com 2.916 hectares e Entre Douro e Minho,
com 735 hectares.

Por esta altura, de apanha do fruto, realizam-se também as feiras da
Castanha. Depois de Vinhais (Bragança) e Sernancelhe (Viseu) decorre a
Feira da Castanha de Carrazedo de Montenegro (Valpaços) entre 09 e 11
de novembro.

http://www.ionline.pt/dinheiro/producao-nacional-castanhas-nao-satisfaz-encomendas-mercado-internacional

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