segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Crise obriga ao abate de cavalos

Golegã: 27.ª edição da Feira Nacional do Cavalo decorre até domingo


Em Portugal, há hoje cavalos a mais para um mercado que está a dar
fortes sinais de contracção, sobretudo a nível da procura externa.
Quem dá conta deste problema é José Veiga Maltez, criador, presidente
da Câmara da Golegã e responsável máximo pela Feira Nacional do
Cavalo, o maior certame ibérico dedicado ao mundo equestre, que está a
decorrer até ao próximo domingo na vila ribatejana.

Por:João Nuno Pepino, com J.S.

"O abate de cavalos é inevitável porque é impossível manter o mesmo
número de animais como há anos, quando as condições económicas eram
outras", afirmou ao Correio da Manhã Veiga Maltez, explicando que a
maioria das coudelarias e criadores estão a sentir grandes
dificuldades para manter a rentabilidade desta actividade. "Temos de
ser realistas e deixar de ser líricos, porque não podemos continuar a
viver da emoção e do sentimento", acrescentou o responsável, dando
como exemplo o facto de existirem cerca de 500 cavalos só na Fundação
Alter Real, que gere a coudelaria do Estado com graves dificuldades
financeiras.

"Ainda há pouco tempo tive a oportunidade de dizer à ministra da
Agricultura que, se não há condições para os manter, estes cavalos têm
de ser abatidos, embora selectivamente", acrescentou o também
presidente da Associação Nacional de Criadores de Raças Selectas.
Entre Janeiro e Julho, foram abatidos 1447 cavalos em Portugal, mais
187,7% do que no mesmo período de 2011.

CONSUMO DE CAVALO É SOLUÇÃO

Para Veiga Maltez, autarca da Golegã e presidente da Associação
Nacional de Criadores de Raças Selectas, uma das saídas para o grande
excedente de animais é o fomento do mercado da carne de cavalo.

"Faz parte da cultura ibérica ver o cavalo como um animal de
estimação, mas, de França para cima, toda a Europa consome esta
carne", explica o responsável, defendendo que será "desejável" o
aparecimento de talhos a comercializarem alimentos feitos a partir do
cavalo.

FARDA DE CAVALEIRO CUSTA 800 EUROS

Até ao próximo domingo os vendedores que comercializam artigos
relacionados com o mundo equestre esperam, também eles, ganhar um novo
alento contra a crise. Segundo o Correio da Manhã apurou junto de
vários comerciantes que marcam presença na 27ª edição da Feira
Nacional do Cavalo, actualmente a indumentária de um cavaleiro custa,
em média 800 €. A saber: botas (65 €), calças de montar (70 €), camisa
(20 €), casaco (350 €), colete (20 €), chapéu (35 €), esporas (15 €),
luvas (30€), polainas (45€) e toque (protecção para a cabeça, 150 €).

Nos últimos dois dias, a GNR visitou os comerciantes e aconselhou-os
para o cumprimento integral da legislação. "Todos os agentes
económicos vão ser fiscalizados", disse ao CM fonte do Comando de
Santarém da GNR, explicando que a acção preventiva serve para que os
comerciantes não sejam apanhados de surpresa quando a ASAE, a
Sociedade Portuguesa de Autores ou a Autoridade Tributária e
Aduaneira, lhes 'baterem' à porta.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/actualidade/crise-obriga--ao-abate--de-cavalos

1 comentário:

Anónimo disse...

No Portugal lowcost em que vivemos o equipamento todo custa 10x menos na decathlon...Não é tão bom? acredito, mas serve. Não vivemos num pais de ricos...

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