domingo, 4 de novembro de 2012

Estado deve retomar administração do património e da actividade da Alter Real

Defende administrador da Fundação Alter Real


O administrador da Fundação Alter Real (FAR) António Hemetério Cruz
defendeu hoje que o Estado deve retomar a administração directa do
património e da actividade da instituição de utilidade pública, depois
de a "sanear financeiramente" e extinguir.


"O que o Estado tem de fazer à fundação é extingui-la", depois de
"honrar os compromissos que há para honrar", ou seja, "sanear
financeiramente" a fundação e liquidar as dívidas "incomportáveis e
insustentáveis" a fornecedores, disse à Lusa o vogal do conselho de
administração da FAR, António Hemetério Cruz.

Posteriormente, defendeu, o Estado deve "retomar a administração
directa" do património e da actividade da FAR, tal como aconteceu até
2007, quando o então ministro da Agricultura, Jaime Silva, criou "a
desastrosa fundação com o propósito claro de a desorçamentar".

Segundo António Hemetério Cruz, na segunda-feira, a ministra da
Agricultura, Assunção Cristas, reúne-se com os fundadores da FAR,
provavelmente para lhes anunciar a decisão do Executivo PSD/CDS-PP em
relação ao futuro da instituição, à qual o Governo determinou a
cessação total de apoios financeiros.

Numa reunião com os fundadores, no passado dia 27 de agosto, a
ministra da Agricultura "comprometeu-se a tomar uma decisão sobre o
futuro da FAR até 31 de Outubro" e "é essa decisão que esperamos ficar
a saber na segunda-feira", disse.

"Espero que, na segunda-feira, a ministra tome, efectivamente, a
decisão que mais interesse ao país e que mais defenda o interesse
público e o interesse da minha terra, Alter do Chão", afirmou.

António Hemetério Cruz disse que a ministra da Agricultura deu um
prazo de 45 dias, que já terminou, para os fundadores da FAR
apresentarem estudos de viabilidade da instituição, que gere a
Coudelaria Nacional.

"Em concreto, não sei de nada, mas é suposto haver um estudo, pelo
menos, para a ministra validar ou não", disse António Hemetério Cruz,
que é presidente da Assembleia Municipal de Alter do Chão e liderou o
município da vila entre 1994 e 2005.

António Hemetério Cruz disse esperar que a decisão do Governo seja a
de que o Estado vai retomar a administração directa do património e da
actividade da FAR, porque "é a única decisão séria" e "qualquer outra
é utopia, lirismo, fantasia e má, nomeadamente para Alter do Chão".

"No mundo dos cavalos, toda a gente sabe" que a actividade da FAR, que
tem um passivo de 2,5 milhões de euros, "com tendência para subir",
porque "não há volta a dar", "sempre foi deficitária e continuará a
ser", frisou, rejeitando os outros dois cenários para o futuro da
fundação, sediada em Alter do Chão, no distrito de Portalegre.

O cenário de continuidade da FAR só com privados e sem o financiamento
do Estado "é insustentável e uma utopia" e "representa o caos e a
penúria" e o cenário de integrar o passivo e os activos da fundação na
Companhia das Lezírias "representa a penúria".

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/economia/estado-deve-retomar-administracao-do-patrimonio-e-da-actividade-da-alter-real

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