quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Governo espera até quarta-feira para avaliar "alternativas" que minimizem impacto da greve dos estivadores

Por Agência Lusa, publicado em 13 Nov 2012 - 19:31 | Actualizado há 13
horas 44 minutos

O Governo vai esperar até quarta-feira, véspera de um novo período de
greve dos estivadores, por um acordo que diminua o impacto da
paralisação para a economia, adiando para então o estudo de
"alternativas".

"O dia de hoje não nos trouxe a notícia de um acordo entre os
operadores e os sindicatos, mas ainda não esgotamos a via negocial. E
é nessa via que apostamos para encontrar uma solução que minimize o
impacto deste pré-aviso de greve para 15 a 27 novembro", afirmou o
secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, à margem do
encontro "Transportes, Competitividade e Futuro", a decorrer em
Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, o governante afirmou que o objetivo é
que "houvesse acordo" antes do início da greve, que começa na próxima
quinta-feira, admitindo que então a situação será avaliada.

"A greve começa dia 15 e gostávamos que houvesse acordo antes disso,
ou seja até 14. Se assim não for, teremos que verificar todas as
alternativas no âmbito legal de forma que o impacto para a economia
seja minimizado", declarou.

Questionado sobre a possibilidade do Governo recorrer à requisição,
Sérgio Monteiro afirmou que "não está nem fora nem dentro de questão".

"O Governo segue de perto todas as negociações que existem", garantiu.

Sobre a subida de tom dos protestos dos estivadores, o governante
considerou que é importante não confundir "a posição de fações mais
bélicas com os trabalhadores portuários que são um ativo muito
importante para o país".

Sérgio Monteiro questionou "o que de tão grave tem a proposta de lei
que mereceu a adesão de mais de 60% dos trabalhadores. A proposta não
pode ser tão desequilibrada como podem fazer crer".

Os estivadores apresentaram um novo pré-aviso de greve que estenderá
as paralisações de 15 a 27 de novembro, que irão afetar os portos de
Lisboa, Setúbal, Aveiro e Figueira da Foz, disse o presidente do
Sindicato dos Estivadores, Trabalhadores do Tráfego e Conferentes
Marítimos do Centro e Sul de Portugal, Vítor Dias.

Esta onda de greves (iniciada a 17 de setembro) foi motivada pelo
facto do Governo ter aprovado a 13 de setembro uma proposta de lei
relativa ao regime do trabalho portuário, uma semana depois de ter
chegado a acordo com alguns sindicatos, afetos à UGT, e operadores
portuários, com o objetivo de aumentar a competitividade dos portos
nacionais.

Esse acordo vai permitir descer a fatura portuária entre 25% a 30%, de
acordo com o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, mas os
sindicatos dos trabalhadores portuários entendem que, com esta revisão
da legislação, ficam em causa os postos de trabalho.

A 26 de outubro, após várias rondas de negociações, os representantes
dos trabalhadores dos portos de Lisboa, Setúbal, Figueira da Foz e
Aveiro e dos operadores chegaram a acordo quanto aos serviços mínimos
alargados para as greves parciais anunciadas até 07 de novembro.

http://www.ionline.pt/portugal/governo-espera-quarta-feira-avaliar-alternativas-minimizem-impacto-da-greve-dos-estivadores

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