quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Regadio multiplica por quatro valor da produção agrícola


28 Novembro 2014, 15:13 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt

Último inquérito às explorações agrícolas nacionais feito pelo INE dá conta de um aumento de 10,2% da área regada pelo Alqueva entre 2009 e 2013. São mais 20 mil hectares.
O valor de produção da exploração por um hectare de superfície agrícola utilizada (SAU) em que a área é maioritariamente regada é quatro vezes superior à média das restantes explorações em Portugal.
 
A conclusão é do Instituto Nacional de Estatística (INE), está patente no "Inquérito à Estrutura das Exploração Agrícolas" publicado esta sexta-feira, 28 de Novembro, tem 2013 como último ano de recolha de dados e o quinquénio de 2008 a 2012 como referencia base.
 
Escreve o INE no resumo publicado que "o VPPT [valor de produção padrão total] gerado por um hectare de superfície agrícola utilizada nas explorações predominantemente de regadio atinge os cinco mil euros".
 
Este valor é "quatro vezes superior à média nacional e sete vezes maior que o das explorações exclusivamente de sequeiro". Um exemplo da cultura de sequeiro, utilizada em áreas menos expostas a pluviosidade, são os cereais de Inverno, como o trigo e a cevada.
 
Sobre os efeitos da irrigação na agricultura nacional, o INE destaca anda as consequências da barragem do Alqueva, que o actual Executivo espera ter concluído até ao final do próximo ano. "O desenvolvimento do regadio no Alentejo, promovido pela infra-estrutura do Alqueva, é comprovado pelo aumento de cerca de 20 mil hectares da superfície regada"  - ou mais 10,2% - desde 2009.
 
Nos mesmos cinco anos (2009 a 2013), a área regada em Portugal aumentou, no total, 2,3%:  metade (50,8%) das explorações nacionais regaram 479,8 mil hectares.
 
Olival cresce, vinha diminui
 
As culturas permanentes, que no final de 2013 representavam 19,5% da superfície agrícola utilizada (SAL) existente em Portugal (os restantes 49,9% eram pastagens permanentes e 30,2% terras aráveis) também sofreram alterações entre 2009 e 2013.
 
Naquele período, a sua superfície aumentou 2,6%, muito à custa do olival, que aumentou 4,4 mil hectares e passou a representar, em final de 2013, 48% da área de culturas permanentes .
 
A produção de frutos teve um crescimento significativo entre 2009 e 2013, constata ainda o INE. As culturas permanentes de frutos pequenos de baga, leia-se silvestres ou "vermelhos" (como amoras, framboesas, mirtilos, etc), registaram um aumento de 175,7%; e de frutos de casca rija (nozes, amêndoas, avelãs) progrediram 21,6%.
 
Pior teve a vinha, diz o INE, cuja superfície decresceu 8,8% entre 2009 e 2013. Foi a "única excepção" dentro do crescimento verificado, em área, nas culturas permanentes naquele período.

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