sábado, 27 de agosto de 2011

Daniel Campelo equaciona proibir novas licenças de plantação de vinha no Douro

O objectivo é diminuir as importações das aguardentes vínicas
26.08.2011 - 19:51 Por Lusa
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Campelo insistiu na ideia de que a "esperança" do Douro está na
exportação dos vinhos da região
(Paulo Ricca (Arquivo))
O secretário de Estado do Desenvolvimento Rural quer proibir a entrada
de novas licenças de plantação no Douro e promover a destilação dos
vinhos excedentes da região para a aguardente necessária para a
produção de vinho do Porto.

Daniel Campelo foi hoje a Carrazeda de Ansiães inaugurar a Feira da
Maçã, Vinho e Azeite e aproveitou para reunir com entidades ligadas ao
sector do vinho.
O governante disse que foram detectados dois problemas grandes que
"atrapalham muito a vida dos viticultores do Douro", nomeadamente a
entrada de novas licenças de plantação na região vindas do exterior e
as aguardentes.
"O Governo está receptivo a equacionar a proibição da entrada dessas
novas licenças e o problema da aguardente que tem vindo a invadir o
Douro. O vinho do Porto exige que seja produzido com aguardente de
uvas produzidas no Douro", salientou.
Esta seria uma forma de diminuir as importações das aguardentes
vínicas, necessárias para a produção de vinho do Porto. Só que a única
entidade do Douro certificada para a destilação está em processo de
insolvência, com um passivo de oito milhões de euros.
Por isso, o governante diz que é necessário encontrar "mecanismos" em
conjunto com outras instituições locais.
A destilação dos excedentes é, segundo o presidente da Casa do Douro,
Manuel António Santos, uma medida de "solidariedade" reivindicada há
dez anos por este organismo.
Campelo disse ainda não concordar com o benefício (quantidade de mosto
que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto) fixado
pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e
Porto (IVDP) para esta vindima, de 85 mil pipas, menos 25 mil que na
vindima anterior.
E reconheceu que o ministério "equacionou e trabalhou" a possibilidade
de convocar um novo conselho interprofissional para aumentar o
benefício.
"Mas chegámos à conclusão da impossibilidade de actuar a esse nível
porque, se consultarem a ata do interprofissional, verifica-se que,
mesmo do lado da produção, não houve consenso", salientou.
Daniel Campelo diz que o Governo não intervém directamente no IVDP mas
frisou que da actuação do instituto público se tirarão "ilações", ou
seja, decisões que vai anunciar no início da próxima semana.
"O Governo teria tomado provavelmente outra decisão, mas nós não
podemos nem queremos ocupar o espaço que não é nosso", sublinhou.
António Saraiva, presidente da Associação de Empresas de Vinho do
Porto (AEVP), disse que não faria sentido "convocar um novo
interprofissional" porque o Governo estaria a levantar um "precedente
perigoso".
Campelo insistiu na ideia de que a "esperança" do Douro está na
exportação dos vinhos da região.
Questionado sobre a utilização dos oito milhões de euros retirados do
fundo de reserva do IVDP, precisamente para uma campanha de promoção
de vinhos, o secretário de Estado referiu apenas que "esse dinheiro
está sempre em possibilidade de utilização".
"Estou sensível à análise, mas não depende do ministério. Não
deixaremos de tentar dar ao IVDP as condições mínimas indispensáveis
para cumprir a sua funções de promoção", frisou.
http://economia.publico.pt/Noticia/daniel-campelo-equaciona-proibir-novas-licencas-de-plantacao-de-vinha-no-douro_1509376

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