Publicado em 27 de Agosto de 2011
Produtores de vinho da região acreditam estar preparados para as
alterações climáticas previstas
Até 2020, a temperatura média anual da região do Douro vai subir entre
1,8 e 4,3 graus centígrados, e a precipitação será 15% abaixo da
registada hoje. Esta perspectiva que poderia ser catastrófica para a
produção agrícola local é desvalorizada pela Associação para o
Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), que acredita que a
região tem "armas potencialmente suficientes" para combater este
problema.
Os detalhes relativos às alterações climáticas no Douro foram
divulgados ontem, no arranque das vindimas deste ano, no âmbito de um
seminário organizado pelo ADVID.
Segundo Fernando Alves, director-executivo da associação, são dados
que eram esperados mas que "surpreendem pela sustentabilidade com que
foram apresentados".
A evolução prevista não assusta os especialistas, em parte devido à
capacidade de adaptação da cultura vinícola. "A própria morfologia da
região dá mostras dessa adaptação" lembrou Fernando Alves ao i,
lembrando que o cultivo em socalcos já pressupõe grandes variações de
temperatura.
Ainda assim, o responsável alerta para a importância de fazer uma "boa
gestão do que já existe" e diz que o "comprometimento técnico" é
fundamental. Numa altura em que alguns pequenos produtores da região
se debatem com dificuldades, Fernando Alves sublinha que a
investigação de novas técnicas é feita através de projectos que
"obrigam à partilha de investimento" e em que "o sector empresarial
avança com a maior fatia".
Ainda no âmbito do mesmo seminário, foi anunciado um investimento de
170 mil euros da Fundação para a Ciência e Tecnologia num projecto que
visa "definir estratégias de curto prazo para mitigação das alterações
climáticas na estrutura mediterrânica". O trabalho será feito entre a
ADVID, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Universidade
de Aveiro. M. V. C.
http://www.ionline.pt/conteudo/145529-vinho-precipitacao-no-douro-vai-cair-15-nos-proximos-18-anos
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