sábado, 3 de setembro de 2011

Ministra da Agricultura defende um reescalonamento do projecto

Finalização do Alqueva será adiada, diz Assunção Cristas
02.09.2011 - 17:50 Por Lusa
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A prioridade insistiu a ministra da Agricultura é "usar o que já está" feito
(Nuno Oliveira (arquivo))
A ministra da Agricultura disse hoje que não será possível terminar
até 2013 o projecto do Alqueva, devido às condições actuais de
financiamento.
"É o reajustamento que é preciso fazer para as condições actuais de
financiamento do Estado e, quem não disser isto, creio que não estará
a ser totalmente honesto e sério, até do ponto de vista intelectual",
frisou Assunção Cristas.

A governante que tutela o Ministério da Agricultura, do Mar, do
Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) falava aos
jornalistas em Montemor-o-Novo, onde visitou o certame agro-pecuário
EXPOMOR, que decorre naquela cidade alentejana, a par da Feira da Luz.
Assunção Cristas admitiu que as condições financeiras do país se
"deterioraram", em relação, "porventura, ao momento em que foi
decidida a antecipação" da conclusão do Alqueva, durante a governação
socialista de José Sócrates. "A verdade é que, hoje, as condições são
outras e é virtualmente impossível o Estado manter esse esforço tão
concentrado de investimento" no Alqueva, e o país não tem "condições
para ir ao mercado buscar esse dinheiro todo" que o Alqueva precisa,
assumiu Cristas.
A prioridade no que toca à componente agrícola do Alqueva, insistiu a
ministra da Agricultura, é "usar o que já está" feito, ao nível de
regadios, e "mostrar o que se pode fazer e criar boas práticas, para
depois irem sendo replicadas".
"Com toda a sinceridade, [o projecto] tem que ser reescalonado e, ao
mesmo tempo, vamos dar toda a prioridade na mobilização de vontades
para que as terras que já existem de regadio, e já são muitas, mais de
50 mil hectares, possam ser efectivamente aproveitadas", afirmou.
Sobre a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva
(EDIA), gestora do empreendimento, Assunção Cristas disse que estão a
ser avaliadas as hipóteses sobre o futuro da empresa, mas a
"inclinação" é para que "termine". A ideia é ainda que, se a EDIA for
extinta, a rede secundária do regadio possa vir a ser concessionada às
associações de regantes.
Assunção Cristas deu também declarações no mesmo sentido sobre o
programa Polis. A avaliação dos projectos só estará finalizada no
final deste mês, mas a ministra avisou que as restrições financeiras
também se vão fazer notar, e que as prioridades irão para a segurança
das pessoas e a segurança costeira.
"Os Polis estão, mais uma vez, sob avaliação. A minha ideia era
conseguir que, até ao final deste mês, possa haver uma avaliação
rigorosa e, nessa altura, decidir-se o que é que se faz em relação a
cada um e, sobretudo, o que é que se faz dentro de cada um", disse
Cristas.
Questionada pela Lusa sobre qual o futuro dos programas de valorização
urbana e ambiental Polis, com a extinção da Parque Expo (gestora dos
mesmos) já anunciada pelo Governo, a responsável assegurou que ainda
não está tomada qualquer decisão, mas defendeu uma racionalização dos
recursos financeiros, tendo em conta a situação do país.
É preciso "olhar para todas as acções e, em colaboração com as pessoas
que conhecem bem os dossiers, tentar perceber o que é prioritário e
deve prosseguir e o que é que pode ficar à espera de melhores dias",
disse a ministra.
Segundo a governante, "todos [os Polis] têm acções que são urgentes,
necessárias e prioritárias", sobretudo no que respeita à "segurança de
pessoas" e à "segurança na orla costeira". Contudo, há outras
vertentes desses programas que podem ter de esperar: "Toda a gente
gosta de deixar coisas bonitas ou de contribuir para que coisas
bonitas sejam feitas", mas isso "entra no domínio daquilo que já é um
luxo para as condições que o país tem".
http://economia.publico.pt/Noticia/finalizacao-do-alqueva-sera-adiada-diz-assuncao-cristas_1510284

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