Quem poluir deve pagar imposto

Jorge Moreira da Silva defendeu, na Universidade do PSD, imposto sobre
degradação dos recursos naturais e poluição
Por: tvi24 / PP | 30- 8- 2011 14: 10

«Eu defendo, já há muito tempo, não apenas para Portugal mas à escala
global, que se deve caminhar no sentido de menos impostos sobre o
trabalho, menos impostos sobre a produção de riqueza nas empresas»,
disse.

O mesmo especialista, que já foi assessor da Presidência da República
para a área do Ambiente, sugeriu, de seguida, a criação de «mais
impostos sobre a degradação dos recursos naturais e sobre a poluição,
nomeadamente no CO2».
Jorge Moreira da Silva falava aos jornalistas em Castelo de Vide
(Portalegre), à margem da palestra «Ambiente e Energia, o que temos
que decidir já», inserida na edição deste ano da Universidade de Verão
do PSD, que decorre naquela vila alentejana até domingo.
Com um olhar no futuro, o especialista lançou uma sugestão que passa
por, daqui a um ano, «em vez de se criar um novo imposto sobre o
rendimento ou sobre o IRC, se houver um imposto sobre o CO2 ganha a
população em geral».
Na sua opinião, esta situação poderia gerar «uma nova receita».
«Ganha a política de inovação e, por outro lado, ganha o próprio
Estado, porque introduz mecanismos de eficiência e inovação a partir
da fiscalidade», continuou.
Jorge Moreira da Silva explicou que, «num contexto de neutralidade
fiscal, em que o país continua a ter a mesma carga fiscal, é
preferível penalizar a degradação de recursos e a poluição do que
penalizar o trabalho e criação de riqueza».
Questionado sobre a criação de uma tributação sobre o património,
Jorge Moreira da Silva considerou que os portugueses estão
«inebriados» com essa questão, uma vez que há um mês que «não se fala
de outra coisa».
«Eu acho que nós estamos inebriados pela conversa dos impostos. Há um
mês que não se fala de outra coisa senão do aumento de impostos»,
disse.
No entanto, defendeu, «antes de discutir se deve haver um imposto
sobre os mais ricos, se se deve penalizar aqueles que têm mais
património, o que é fundamental, como o Governo tem dito, é assumir a
redução da despesa pública».
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